A última longa-metragem de Licínio Azevedo, Comboio de sal e açúcar, foi projectada para novos públicos, nos Estados Unidos. A iniciativa de levar o filme do realizador moçambicano a América foi da Embaixada da República de Moçambique em Washington DC, em colaboração com a Organização Não Governamental local do ramo das artes e cultura, World Artists Experiences, sediada em Anápolis – Estado de Maryland.
A primeira sessão de exibição do filme aconteceu no dia 15 de Fevereiro, no Museu Nacional de Arte Africana, em Washington DC. Para o efeito, Carlos dos Santos, Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Moçambique nos EUA procedeu à apresentação do filme e interagiu com o público presente ao evento na sessão de perguntas e respostas que se seguiu à exibição do filme, segundo uma nota da Embaixada moçambicana naquele país.
Outros locais escolhidos para a exibição de Comboio de sal e açúcar nos EUA foram o Teatro Municipal de Anápolis e Salisbury University, em Análopis, 25 de Fevereiro; Allegany College em Cumberland – Maryland, 26 de Fevereiro; Center for High Education, California – Maryland, 27 de Fevereiro; e na Towson University, Baltimore, 1 de Março.
A exibição do filme moçambicano mais badalado dos últimos anos nos Estados Unidos teve como objectivo a promoção da arte e cultura nacional naquele país, o que comove Licínio Azevedo, pois “é de grande satisfação saber que o nosso filme serve aos interesses do País, do ponto de vista cultural e também para as relações internacionais, que serve para divulgar de uma maneira positiva a imagem do nosso país, a sua realidade, a história recente, e também a nossa produção”.
Segundo entende o realizador, o interesse da Embaixada de Moçambique nos EUA por Comboio de sal e açúcar deixa claro que o filme tem qualidade “e que o cinema não deve apoiar-se no maniqueísmo simplista, o bem e o mal, dois campos separados, opostos”.
De igual modo, a decisão de exibir um filme moçambicano no estrangeiro é sempre oportuna para Azevedo, o que deve ser acompanhada de maior participação nos festivais internacionais e exibição mais ampla possível no espaço nacional.
Comboio de sal e açúcar é uma longa-metragem com 92 minutos, de 2016. Co-produzido por Portugal, Moçambique, França, Brasil e África do Sul, conquistou as seguintes distinções: Prémio Boccalini de Ouro, dos Críticos Italianos de Cinema – Festival de Locarno, Suiça, 2016; Tanit de Ouro para Melhor Longa-metragem de ficção – 28a Jornadas Cinematográficas de Cartago (JCC ) – Tunísia, 2017; Prémio de Melhor Imagem – JCC, Tunísia, 2017; Prémio da Federação Internacional da Crítica de Cinema – JCC, 2017, Tunísia; Prémio da Crítica Cinematográfica Africana – JCC, Tunísia, 2017; Prémio de Melhor Realizador – 20o Festival do Cinema Africano de Khouribga, Marrocos, 2017; Prémio para Melhor Guião – 20o Festival do Cinema Africano de Khouribga, Marrocos, 2017; Prémio de Melhor Realizador – 38a Festival Internacional de Cinema do Cairo; Prémio de Melhor Realizador – 26a PAFF, Los Angeles, 2018; Prémio de Melhor Longa-metragem de ficção – Festival de Cinema de Johannesburg, 2017; Prémio da Academia Sotigui para Melhor Jovem Actriz Africana – Melanie de Vales Rafael, Ouagadougou, 2018; Prémio Novo Talento – 11a Edição de Prémio para Actores de Cinema da Fundação GDA – Matamba Joaquim, Portugal, 2018.