Nove pessoas morreram vítimas de cólera, na província de Manica, nas últimas duas semanas. As autoridades de saúde afirmam que o fecalismo a céu aberto associado ao consumo de alimentos contaminados pode estar a contribuir para o aumento dos casos e mortes pela doença.
A província de Manica está a ser assolada pelo surto da cólera desde o mês de Fevereiro. Até ao momento, o sector da saúde registou mais de 500 casos da doença, dos quais sete perderam a vida nas últimas duas semanas.
“Das pessoas que morreram, algumas são do distrito de Tambara e outras do distrito de Chimoio. São pacientes que chegaram num estado muito crítico e não foi possível reanimá-los, por isso acabaram perdendo a vida ”, disse Flávio Meque, médico-chefe da província de Manica.
A Cidade de Chimoio é a que apresenta o maior número de casos de diarreia e vómito. O médico-chefe provincial explicou que estão em curso trabalhos de mapeamento nos bairros, com vista a evitar mais casos.
“Estamos a ter casos ao nível dos 34 bairros existentes na cidade de Chimoio. Em cada um dos bairros temos pelo menos dois a três casos da doença, por isso afirmamos que a situação está crítica”
Segundo Flávio Meque, o fecalismo a céu aberto está entre as principais causas do alastramento de cólera.
“A maior parte da população não tem latrinas, e os poucos que têm, as condições não são as melhores. Nós temos feito trabalhos de sensibilização para que pelo menos se garanta a limpeza das latrinas de modo a evitar maior reprodução de moscas que é o que transporta o vibrião colérico ”
No centro de tratamento de cólera, montado na unidade sanitária de Chissui, em Chimoio, encontram-se internados 54 pacientes.