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CIP diz que sector de pescas em falência

Foto: O País

A falta de fiscalização, a falta de recursos humanos e a forte influência do partido no poder podem levar o sector das pescas no país à falência, considera o Centro de Integridade Pública, que ontem divulgou um relatório sobre a matéria.

Segundo o relatório lançado, esta quinta-feira, na Cidade de Maputo, antes da proclamação da independência a pesca no país era responsável por 50% das exportações.

Entretanto, actualmente o sector está em estágio de decadência e a sua contribuição no Produto Interno Bruto não supera os dois por cento.

O Centro de Integridade Pública (CIP) aponta a má gestão e alianças promíscuas para justificar o actual estágio do sector.

O problema é agravado por vários factores que levam o Estado a perder anualmente cerca de 300 milhões de dólares, o equivalente a cerca de 19 mil milhões de Meticais.

“Neste momento, o país não tem barcos para fiscalizarem toda a sua costa. Há muitos barcos que estão registados em Moçambique, mas que vêm pescar e entram para a zona de mil milhas, que é onde podem pescar o camarão de qualidade e o atum. Quem quiser e como quiser pode entrar e pescar”, disse Edson Cortez.

A situação, de acordo com o director do Centro de Integridade Pública, pode levar o sector das pescas à falência.

Como solução, o estudo sugere a adopção de novas políticas para reavivar o sector.

“O país precisa de repensar o sector das pescas e de repensar o papel da pesca artesanal que é a que envolve mais de 400 mil operadores, que no período de veda são controlados para que eles se façam a pesca e tragam sustento às suas famílias. O Estrado moçambicano só tem uma política de punição que é impedir os pescadores de ir à pesca no período de veda e não paga compensação por eles não irem ao mar”, referiu Cortez para depois apontar o dedo “às políticas ligadas ao partido no poder que vendem as suas licenças para os operadores estrangeiros”.

O estudo foi realizado entre os meses de Maio e Novembro do ano passado, na Baía de Maputo e no Banco de Sofala.

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