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Cristóvão Chume reconhece que ainda não há fim à vista para terrorismo

No dia cinco de Outubro, assinalar-se-ão seis anos do terrorismo no país e, apesar dos avanços já registados no combate a este mal, o Ministro da Defesa, Cristóvão Chume, reconhece que ainda não há um fim à vista; diz que é preciso continuarmos a lutar.

No entanto, Chume diz que os avanços, como a morte de figuras importantes do grupo terrorsita, são um sinal encorajador de que é possível vencer o terrorismo, pois o grupo ficou fragilizado.

“Logo após a sua morte, não tínhamos a certeza absoluta de que iriam de se vingar em algum local da província de Cabo Delgado, o que aconteceu, com a decapitação de 12 pessoas no distrito de Mocímboa da Praia. Ainda esperamos alguma escalada, mas podemos garantir que continuaremos a lutar”, referiu o ministro.

E, conforme disse, uma das formas de combater e prevenir o  extremismo violento   é a promoção da boa governação, pois, segundo entende, se a governação for do interesse do povo, para reduzir a pobreza, não haverá condições para o surgimento do terrorismo no continente africano.

O governante disse mais, que há necessidade de se investir fortemente na educação e na formação, pois o analfabetismo, conforme disse, é uma das fontes, de qualquer guerra, como também defendeu a parceria com as comunidades.

“A parceria com as comunidades locais é relevante porque estas têm um conhecimento profundo sobre a dinâmica social e cultural nas suas áreas e podem desempenhar um papel crucial na identificação das causas e condições que levam ao extremismo. As instituições académicas e de investigação têm um papel fundamental na produção de conhecimento sobre o terrorismo, suas causas, dinâmica, modus operandi e consequências. Eles podem realizar pesquisas, desenvolver currículos educacionais relevantes e fornecer treinamento especializado para profissionais de segurança e líderes comunitários”, disse.

Cristóvão Chume falava, ontem, durante o simpósio sobre combate e prevenção ao extremismo violento, cujo objectivo é encontrar soluções para o fim do terrorismo. O simpósio foi organizado pela Fundação Masc e o Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA).

Segundo João Pereira, da Fundação Masc, esta é uma luta difícil e complexa que atingiu níveis sem precedentes e tem como objectivo medir e testar a capacidade dos Estados em termos de segurança interna e regional.

“E a melhor forma de agir e ter sucesso é trabalhar em conjunto de forma flexível, inteligente e aberta. Do nosso continente, exige o fortalecimento da capacidade do nosso Estado nas sessões políticas, na melhoria das condições de vida das nossas comunidades, na prática contínua de prestação de contas e participação, na promoção da coesão social e na mobilização coordenada das comunidades locais, do sector privado e dos doadores.”

A União Europeia, um dos parceiros de Moçambique no combate a este mal, reitera a necessidade de apoio mútuo e, por isso, promete continuar com ajuda.

Segundo o embaixador, Antonino Maggiore, o apoio da União Europeia em Moçambique aborda, de forma holística, as necessidades humanitárias que são prementes em Cabo Delgado, as causas do terrorismo através do apoio das Forças Armadas Moçambicanas através da nossa missão de treino militar.
“Estamos a apoiar a formação dos agentes do aparelho judicial e das autoridades de segurança moçambicanas, e a ajudar Moçambique na luta contra o extremismo violento aqui em Maputo.”

O simpósio termina na sexta-feira e serão abordados temas como a resposta da justiça criminal ao extremismo violento e reintegração de antigos combatentes locais e estrangeiros.

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