Três semanas depois da passagem do catastrófico ciclone Idai e das inundações, a Beira e a zona centro procuram agora caminhos para reconstrução. O Governo aprovou o Programa de Recuperação Pós-Calamidade (PREPOC) que em cinco anos propõe-se a reconstruir a cidade assim como as infra-estruturas públicas danificadas. Mas a cidade está abaixo do nível do mar, o que facilita inundações, e é vulnerável a calamidades.
Ainda assim, o arquitecto e professor universitário João Tique entende que investir no ordenamento territorial e sistemas de saneamento deve ser um dos primeiros caminhos para melhorar as condições de vida da população. Outro aspecto principal é a qualidade das infra-estruturas. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam terem sido destruídas cerca de 3 400 salas de aulas, 54 hospitais e mais de 200 mil casas total e parcialmente destruídos.
Carlos Serra entende que além de reconstruir é preciso reativar a barreira natural contra as calamidades. O ambientalista alerta que algumas zonas podem desaparecer com a subida do nível das águas do mar.
O Governo ainda não sabe o real custo da reconstrução da cidade da Beira e das zonas afectadas pelo ciclone e inundações. Para buscar apoio associou-se ao Conselho Autárquico da Beira para a realização de uma Conferência Internacional de Doadores, prevista para Maio próximo.
Ora, deputados da Assembleia da República, na Beira, pediram ao Governo para encontrar soluções aceitáveis face às mudanças climáticas e exigem colaboração dos afectados e, por outro lado exigem medidas punitivas exemplares aos que desviam os apoios destinados aos afectados pelo ciclone em Sofala, que como se sabe já há três detidos.