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Ciclone Freddy a caminho de Moçambique como tempestade severa com chuvas fortes

O Ciclone Tropical Intenso Freddy poderá enfraquecer no Canal de Moçambique e tornar-se uma tempestade tropical severa, com ventos de 120 km/hora, na sexta-feira. Segundo o INAM, prevê-se, igualmente, que cerca de 250 mil pessoas, principalmente nas províncias de Maputo e Gaza, sejam afectadas por chuvas acima do normal, durante cinco dias.

Um dia depois de o Governo ter decretado o alerta vermelho face à aproximação do ciclone Freddy a Moçambique, autoridades lideradas pelo INGD reuniram-se esta quarta-feira para partilhar informações e definir estratégias sobre como enfrentar o fenómeno.

No encontro, o INAM avançou que o ciclone tropical intenso poderá enfraquecer ao entrar no país.

“A previsão é que esse sistema entre no final do dia de hoje (quarta-feira), onde fará a aproximação à nossa costa até ao final do dia desta quinta-feira. Poderá entrar no final do dia desta quarta-feira ou nas primeiras horas do dia 24 deste mês. Poderá entrar como depressão tropical severa ou como ciclone tropical de categoria 3. Estamos a mapear as áreas de entrada, acreditamos que ele deverá entrar pela faixa, entre Govuro e Vilankulo, e até por Massinga”, detalhou.

O Sul do país ainda não se refez dos danos causados pelas fortes chuvas que abalaram a Cidade e a Província de Maputo, deixando um rasto de destruição, e já há um outro sistema meteorológico a caminho.

“Nessa altura, o sistema vai causar muita chuva nas províncias de Maputo e Gaza. Com isso, a Província de Maputo vai voltar a sofrer com os efeitos das chuvas, principalmente no domingo à tarde. Esse sistema vai ficar quase estacionário até ao dia 28, e a 01 de Março ainda estará nestas regiões, por essa razão estamos a dizer que vai dar grandes quantidades de precipitação. Há zonas que vão ser afectadas por chuvas de mais de 300 milímetros, durante 24 horas. Durante todo o período, há zonas que vão registar mais de 400 milímetros de precipitação”, avançou.

A Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos alerta que cerca de 250 mil pessoas poderão ser afectadas pelas fortes chuvas, apontando zonas tidas como de maior risco a inundações.

“Na província de Gaza, vão ser afectados, sobretudo, os distritos de Chókwè, Chibuto e Xai-Xai. São os distritos de maior risco a inundações. Guijá não tem muitas comunidades que podem ficar afectadas, só numa situação mesmo extrema; a ser o caso, poderão ser quatro povoações afectadas. Em Maputo, o alerta vai para bairros da cidade e da Matola. No caso da Cidade de Maputo, os bairros de alto risco, se de facto chover como está previsto, são o Costa do Sol, Mapulene, Mutanhana, Luís Cabral, Urbanização, Micadjuine, Magoanine e outros já conhecidos. O mesmo exercício fizemos para Matola, temos Matola A, B e C, Fomento, Liberdade, Machava km 15. Nestas regiões, a situação deverá ser caótica, porque já estão inundados e, com esta situação, se formos a receber cerca de 100 milímetros na Cidade de Maputo e Província, estaremos numa situação muito preocupante”, explicou Agostinho Vilanculos, director nacional-adjunto de Gestão de Recursos Hídricos.

Segundo o balanço actualizado esta quarta-feira, subiu para 13 o número de mortes registadas entre 07 e 21 de Fevereiro no país. Há 5824 pessoas que sofreram danos.

Desde o início da presente época chuvosa, 107 pessoas perderam a vida e mais de 100 mil foram afectadas, em todo o país. Foram, ainda, perdidos mais de 70 mil hectares, com diversas culturas, só na região Sul.

Refira-se que o estado de alerta vermelho decretado pelo Governo visa garantir que as pessoas a serem afectadas venham a ser acudidas com maior agilidade.

 

CICLONE FREDDY FEZ QUATRO MORTOS EM MADAGÁSCAR

O mau tempo, acompanhado de ventos fortes na costa leste de Madagáscar, matou quatro pessoas, afectando um total de 16 660 pessoas, segundo o último relatório do Gabinete Nacional de Gestão de Riscos de Catástrofes daquele país.

Cerca de 3300 casas foram inundadas e tantas outras ficaram danificadas. Mais de 11 000 pessoas foram deslocadas, a maioria das quais transferida para abrigos de emergência como medida de precaução.

O ciclone atingiu o leste do país, na região de Mananjary, nesta terça-feira à noite. A cidade costeira, com 25 000 pessoas, já foi, em grande parte, destruída no ano passado pelo ciclone Batsirai, que matou mais de 135 pessoas.

O ciclone tinha antes passado pelo largo das Maurícias e Ilha da Reunião, causando menos danos do que se temia, uma vez que passou em altitude.

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