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Chuva destrói mais de 6 mil quilómetros de estrada

Foto: O País

Cerca de seis mil e trezentos quilómetros de estrada foram destruídos pelos ciclones e chuvas que assolaram o país nos últimos dias. Uma delas é a EN1, cujo prazo limite para a sua reposição é esta esta semana.

A informação foi tornada pública esta terça-feira pelo ministro das Obras Públicas Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, que fez saber ainda que a presente época chuvosa e ciclónica (2021/2022), caracterizada pela queda de chuvas acima do normal, foi responsável pela destruição de 19 pontes, seis pontões e 11 aquedutos.

Das vias destruídas, o governante destacou o corte da estrada Tete-Moatize, onde houve, também, o desabamento de 120 metros da ponte sobre o rio Revúbuè. A Estrada Nacional Número 1, em Nicoadala, na Zambézia, está na lista das vias interrompidas, uma situação que, particularmente, resultou na interrupção da ligação entre o Norte, Centro e Sul do país.

“A passagem dos ciclones Ana, Dumako e Gombe afectaram, principalmente, as províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Sofala, Manica e Niassa, tendo como consequência o aumento do nível das águas das principais bacias, com destaque para as dos rios Licungo, Lugela, Revúbuè e Zambeze”, disse Carlos Mesquita.

Entretanto, a fonte garante que está, para breve, o restabelecimento das principais vias afectadas. A ligação entre Nicoadala e Namacurra, na EN1, será reposta, de forma plena, ainda esta semana, uma vez que já decorrem trabalhos no terreno.

“Na província de Tete, estamos a trabalhar para o restabelecimento da ligação na estrada Tete – Moatize, onde, de forma transitória, mobilizamos barcos para facilitar a travessia de pessoa e bens. Para a reposição definitiva das condições de transitabilidade, os trabalhos iniciarão logo que a época chuvosa passar”, prometeu.

O Executivo já tem em manga soluções para construção e reabilitação de infra-estruturas resilientes aos fenómenos naturais, sendo que a realização de estudos e o uso novas tecnologias serão aposta nas próximas obras.

 

CERCA DE 66 POR CENTO DA POPULAÇÃO SEM ÁGUA PURA

Carlos Mesquita falava durante as comemorações do Dia Mundial da Água, que se assinala a 22 de Março de cada ano. Na ocasião, o ministro do pelouro disse, ainda, que cerca de 66% da população moçambicana ainda não tem acesso a uma fonte segura de água. Os números são assustadores, quando comparados aos de furos abertos anualmente, que são cerca de 1000, mas cuja disponibilidade de água é limitada.

“A maior parte dos casos deve-se à sua fraca produtividade, baixa qualidade como resultado da poluição provocada pelo excesso de uso de insumos agrícolas, os assentamentos desordenados, a variedade ambiental traduzida pelo efeito da seca aliada as mudanças climáticas”, apontou.

A solução apresentada pela fonte é o uso da água subterrânea, combinada com a superficial, uma experiência que já está em curso nas cidades de Pemba, Nampula, Quelimane, Inhambane, Tete, Xai-Xai, e Chókwè e que abastece a 95 por cento da população rural.

“Está a experimentar-se uma redução da disponibilidade de água, daí a necessidade de encontrar soluções que sejam resilientes, como a construção de infra-estruturas de captação de água subterrânea, mesmo com o uso da dessalinização nas regiões em que a água subterrânea se apresenta salobre, de modo a que não falte água às populações”, disse.

Já para os parceiros de cooperação, na pessoa de Henny de Vries, embaixadora dos Países Baixos, o uso da água subterrânea será eficaz, desde que haja uma gestão adequada, transparente e equitativa dos recursos hídricos.

Conforme defendeu De Vries, as águas subterrâneas são uma importante fonte de abastecimento e, por isso, devem ser geridas de forma integrada, uma vez que o país precisa dela devido à baixa precipitação que se regista nalgumas regiões.

“As águas subterrâneas são importantes também para o país, pois o clima dominante é o tropical húmido, árido e seco. Nas cidades como Pemba, Quelimane, Tete e Vilanculos, faltam sistemas de saneamento seguros e as infra-estruturas não são suficientes para o abastecimento de água à população”, referiu a embaixadora dos Países Baixos.

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