O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano alertou, hoje, aos líderes de confissões religiosas sobre o papel que deviam ter desempenhado na educação da juventude, de modo a evitar a sua aliança aos terroristas que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado.
Falando na cerimónia de oração pela paz, realizada hoje por diversas confissões religiosas, alusiva aos 46 anos da independência, Chissano recordou que “somos muitas igrejas mas se nós olharmos para aqueles terroristas vamos notar que lá estão filhos de cada um de nós que está aqui”, afirmou. Por isso questiona se “fizemos o suficiente para que nossos filhos não fossem ganhos pelo mal. A minha igreja fez o suficiente? Porque lutamos entre as igrejas… Porque nos concentramos as nossas orações para que a nossa educação seja eficaz?”, indagou.
Em representação do Presidente da República, o vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos recordou a importância das confissões religiosas como parceiras para vencer os desafios de Moçambique.
“Em momentos de crise, crer em coisas que nos transcendem pode ser um antídoto para que a nossa sociedade atravesse as feridas causadas por longos anos de conflitos”, disse Filimão Suaze, apontando a religião como parceira do Governo para transmissão de mensagens à sociedade sobre os principais desafios da Nação.
O evento foi organizado pelo Conselho das Religiões de Moçambique tendo como objectivo orar pela paz nas regiões centro e norte do país.