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Chipande acusa EUA de sabotagem de projectos de gás em Cabo Delgado

O General Alberto Chipande acusa os Estados Unidos da América (EUA) de saboatarem os projectos de gás na província de Cabo Delgado. O veterano de luta de libertação nacional questiona o facto de o país ter abandonado projectos nos anos 80.

Falando sobre a história de Moçambique, no âmbito político e económico, no decurso da Feira Internacional de Maputo, na semana passada, Alberto Chipande disse que, nos anos 80, recebeu americanos e franceses interessados nos projectos de gás em Cabo Delgado.

“Eu trabalhei com a Anadarko e os franceses que estão aqui, por causa do petróleo e gás ali, em Mbau. Ali furámos, eu fui lá assistir ao furo. Às tantas, a Anadarko abandonou, porquê? Os franceses vieram dizer ‘deixá-la’, e acalmaram-nos. Muito obrigado à França, foram eles que nos acalmaram. Estive com o meu colega, que trabalhava comigo, o Ministro da Defesa americano, Colin Power, e depois morreu, ele que depois foi invadir o Iraque. Fundámos uma força conjunta lá, em Mocímboa da Praia, para proteger aquele projecto. Colin Power abandonou-me e eu perguntei: ‘para onde vai?’. E foi embora. A França ficou. Depois voltaram mais americanos, não para Mocímboa da Praia, mas para Palma. Como? abandona e vai para Palma fazer o quê?”, questionou o General.

O General na reserva, membro da Comissão Política da Frelimo e Conselheiro de Estado, questiona o porquê do abandono dos projectos e retoma noutro ponto da mesma província.

“Porque é que volta?  É bom os moçambicanos agora saberem a verdade e o mundo também ouvir a verdade. Nós não temos rancor. Venham, mas deixem esses projectos andarem. Não façam aquilo que fizeram a nós. Deixem os meus filhos avançarem com o projecto. São vocês que sabotam”, acusou o antigo ministro da Defesa de Moçambique.
Chipande diz que os projectos de gás em implementação foram aprovados num congresso da Frelimo na Matola, Província de Maputo. “Nós já temos esse plano porque já aprovámos no nosso décimo segundo congresso da Frelimo, na Matola. Não é aqui que estamos a ouvir. Não. Nós aprovámos, na Matola, este projecto. Vocês é que estão a repetir. Estão a pôr em prática”, avançou

Chipande, para depois apelar para que se ponha em prática como a Frelimo e o Governo querem.

“Ponham em prática como os moçambicanos querem e não como vocês querem. Porque são doadores, nós também vamos doar… Respeitem a nossa capacidade”, posicionou-se o General.

Reagindo às declarações do General Alberto Chipande, a Embaixada dos Estados Unidos da América em Maputo foi sintética: “Como maior doador bilateral para Moçambique, o Governo dos EUA trabalha com o Governo e povo de Moçambique no alcance de um objectivo comum de uma nação mais saudável, mais próspera e mais segura para todos”, respondeu, por email, Vanessa Rozier Toscano, porta-voz da Embaixada dos EUA em Moçambique.

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