O País – A verdade como notícia

Cheina recompõe os “ventos da alma” de Sebastião Alba em livro

"Sebastião Alba visto por mim" é o título do livro de Cheina, Jorge Manuel Carneiro Gonçalves, irmão de Sebastião Alba que foi lançado recentemente em Maputo.

"…como Jesus, Nazareno, era amigo de pescadores, peço-lhe, nestes dias, que aplaque os ventos da minha alma" assim escreveu Sebastião em "Ventos da Minha Alma". E os ventos da alma de Sebastião Alba foram aplacadas, não por Jesus Cristo, mas pelo seu irmão, Cheina. Aliás, Alba era um dos "nossos Deuses" como bem o disse José Craveirinha.

Foi a 14 de Outubro do ano 2000 que Sebastião Alba perdeu a vida na sua terra natal, Braga. Terra que lhe viu a nascer em 1940 e como forma de recordar os 18 anos sem Alba, Jorge Manuel Carneiro Gonçalves, ou simplesmente Cheina, irmão de Sebastião Alba, decidiu compilar em livros o Sebastião Alba que conheceu; e como forma de rotular essa intenção chamou o livro de "Sebastião Alba visto por mim". Trata-se de um livro que procura esclarecer pequenos equívocos que foram enraizados antes e depois da morte de Sebastião Alba.

A apresentação do livro esteve a cargo do escritor Suleimane Cassamo. Cassamo destacou a importância que Alba tem nas linhas da literatura nacional e lusófona. Para Cassamo, Sebastião Alba é um autor que deve ser sempre estudado, visto que influenciou uma boa parte de poetas e escritores que temos hoje em dia como referências da nossa produção literária.

"Sebastião Alba visto por mim" reúne textos que dizem respeito alguns episódios da vida de Sebastião Alba, como poeta, irmão e amigo desde a sua infância até a sua morte. "Nestes apontamentos, tenho tentado aproximar-me o mais possível, de alguns estados de espírito de Sebastião Alba. Porém, tenho a certeza que se fossem escritos pelo nosso irmão António Carneiro Gonçalves e os não assinasse, ninguém saberia qual dos dois, os teria elaborado. Esta a grande dor que nos vai a todos no coração, desde 20 de Janeiro de 1974" disse Cheina.

"Um dos grandiosos deuses humildes da palavra", foi assim como José Craveirinha se referiu a figura de Sebastião Alba. O Ritmo do Presságio, A Noite Dividida são obras destacadas e com diversas edições de Sebastião Alba. Alba faleceu com 60 anos depois de ser sido atropelado numa rodovia em Braga. "Esquecido" na morgue, apesar de ter nos bolsos vários documentos de identificação. A irmã localiza-o quase três dias depois do acidente. Deixou um bilhete dirigido ao irmão: "Se um dia encontrarem o teu irmão Dinis, o espólio será fácil de verificar: dois sapatos, a roupa do corpo e alguns papéis que a polícia não entenderá ".

O autor do livro, Cheina, nasceu em 1942 em Trás-os-Montes, Portugal e cresceu em Tete. Piloto reformado da aviação civil.

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos