O Presidente da República, Daniel Chapo, lançou, esta segunda-feira, em Nangade, Província de Cabo Delgado, a Chama da Unidade Nacional, que vai percorrer todo o país até 25 de Junho, data da celebração dos 50 anos da independência nacional. Em Nangade, o Chefe do Estado também dirigiu as cerimónias centrais do Dia da Mulher Moçambicana e exaltou as conquistas no domínio da sua emancipação, fruto das políticas do Governo, desde 1975. Chapo convidou a todos os moçambicanos, independentemente do seu partido político, a participar no processo do diálogo nacional inclusivo que já iniciou
O Chefe do Estado dirigiu, esta segunda-feira, em Nangade, em Cabo Delgado, o lançamento da Tocha da Unidade. Chapo explicou que a escolha do local deve-se ao facto de ter sido em Nangade, em 1975, que foi acesa a primeira Tocha da Unidade, com o objectivo de unir todos os moçambicanos em prol da criação de um novo Estado.
O Presidente da República começou por explicar os motivos da escola daquela província do norte do país, e no caso concreto o distrito de Nangade, para o lançamento da Chama da Unidade Nacional. É que foi lá onde, há 50 anos, foi acendida, pela primeira vez, a Chama da Unidade Nacional, um acto que está a ser replicado neste ano em 2025.
“Nangade é um distrito especial, porque foi aqui onde foi lançada a primeira chama da unidade nacional”, começou por dizer Daniel Chapo, acrescentando que “é por isso que nós voltamos hoje a Nangade, dia 7 de Abril, para fazer o lançamento da Chama da Unidade Nacional por ocasião dos 50 anos da nossa independência”.
A chama, segundo explicou o Chefe do Estado, partiu ontem de Nangade, Cabo Delgado, e vai desaguar no Estádio da Machava, em Maputo, no dia 25 de Junho de 2025, “onde vamos comemorar os 50 anos da nossa independência”.
Dez anos depois, Daniel Chapo reacendeu a tocha que deverá representar o símbolo da união, tolerância e reconciliação dos moçambicanos, depois de um período social e político bastante conturbado.
Por isso, de acordo com Daniel Chapo, e diante do actual quadro, “a chama da unidade apresenta-se como uma decisão sábia do governo, porque vai ao encontro dos anseios de milhões de moçambicanos que ainda querem continuar a ver o ‘sol de Junho a brilhar todos os dias’”.
Na verdade, segundo o Chefe do Estado, ao se acender a Chama da Unidade Nacional em Nangade, há duas mensagens principais que se transmitir para todos os moçambicanos do Rovuma ao Maputo. “Primeiro, a necessidade de convidar a todos os moçambicanos, independentemente do seu partido político, da sua ideologia, da sua religião, da sua origem étnica, de gênero, da raça, para caminharmos juntos e participarmos massivamente no processo de diálogo político nacional inclusivo que já iniciou”, por isso do motivo de se ter convidado os partidos políticos, organizações da sociedade civil, acadêmicos, líderes comunitários, religiosos, sector público, sector privado, todos os extratos sociais do país para o acto, “para que possamos participar directa ou indirectamente no acender da chama e podermos dar o início ao diálogo nacional inclusivo que foi aprovado pela nossa Assembleia da República”.
A segundo principal mensagem de Daniel Chapo, com a marcha da Chama da Unidade Nacional, “queremos apelar a todos os moçambicanos para nos unirmos na grande missão de assumirmos para que este quinquénio, a implantação dos alicerces da nossa independência econômica seja uma realidade e que seja o trabalho de cada um de nós, através do governo que estamos a liderar”.
As celebrações dos 50 anos devem reflectir-se em todas as celebrações oficiais de 2025, até ao dia 31 de Dezembro, segundo disse o Chefe do Estado.
“As celebrações dos 50 anos da nossa independência nacional não terminam no dia 25 de Junho de 2025. Conhecerão seu desfecho no último dia deste ano, portanto, a 31 de Dezembro de 2025”, esclareceu, deixando ficar as actividades que vão nortear estas celebrações: “De hoje até lá, façamos a cada dia, a cada feriado, uma data festiva, dia de comemoração do jubileu da nossa independência nacional. Por exemplo, no dia 1 de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, aclamaremos também a nossa independência nacional. A 16 de Junho próximo, a nação moçambicana vai curvar-se perante os mártires de Moeda por ocasião do 65º aniversário do massacre que tinha em vista apagar a chama da liberdade, a independência que ardia dentro de cada um de nós. Mas como ficou evidente, o massacre de Moeda não conseguiu apagar a chama da liberdade do povo moçambicano. A 25 de Setembro, dia do início da luta de libertação nacional contra o regime colonial fascista português, teremos que reeditar a festa da independência nacional. A 4 de Outubro de 2025, quando estivermos a exaltar os acordos de paz de Roma, teremos que reviver o jubileu da nossa independência nacional. A cada celebração dos aniversários das vilas e cidades moçambicanas, teremos que fazer referência aos 50 anos da nossa independência”, deu a conhecer Daniel Chapo.
Ainda na senda das celebrações do jubileu da independência nacional, segundo Chapo, em todos os sectores, desde nível nacional, provincial, distrital, autarquias, postos administrativos, localidades, até povoações, deverão decorrer haverá debates, concursos, colóquios, simpósios, galas, condecorações, lançamento de livros, exposições, torneios de várias modalidades, entre outras acções que enaltecem a independência nacional.
Celebrar enaltecendo o papel da mulher moçambicana
O acto aconteceu num dia em o país celebrava o Dia da Mulher Moçambicana, uma ocasião usada pelo Chefe do Estado moçambicano para iniciar o seu discurso enaltecendo o papel da mulher, recordando o valor que esta tem na construção da nação.
“Temos motivos de sobra para comemorarmos e enaltecemos a mulher moçambicana, porque em todas as áreas de actividade, no sector público, privado ou na sociedade civil, as mulheres têm se destacado no desenvolvimento do país e no processo de consolidação da nossa unidade nacional, independentemente do seu partido político, da sua etnia, da sua filiação religiosa ou qualquer outra coisa que possa nos pôr diferentes”, disse o Chefe do Estado.
Para Daniel Chapo, com a participação da mulher, o país tem estado a registrar avanços inquestionáveis em várias áreas, com destaque para “a promoção dos direitos humanos, a melhoria do acesso à saúde, a educação, o comércio, o emprego e a gestão responsável dos recursos naturais”, por isso, segundo Chapo, “a mulher moçambicana continua a ser a principal referência na formação das novas gerações”.
Por isso, Daniel Chapo aproveitou para desejar boas festas à mulher moçambicana e terminou endereçando mensagem aos militares que combatem as forças externas em vários cantos da província de Cabo Delgado.
“Endereçamos uma mensagem de encorajamento aos jovens das Forças de Defesa e Segurança, à força local aqui representada, aos nossos parceiros internacionais que combatem o terrorismo nas matas desta província e aos que garantem a estabilidade do nosso país”, desejou.
Daniel Chapo terminou augurando que depois da cerimónia a chama da Unidade Nacional continue bem acesa no coração de cada um dos moçambicanos no país e na diáspora.