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CFM precisa de 10 milhões de dólares para repor infra-estruturas danificadas

A empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) necessita de cerca de 10 milhões de dólares, o correspondente a mais de 638 milhões de Meticais, para repor infra-estruturas danificadas no âmbito dos protestos pós-eleitorais, disse Agostinho Langa, presidente do Conselho de Administração.

A reposição das infra-estruturas ferroviárias inclui a reconstrução de mais de 200 metros de linha férrea vandalizada, equipamentos electrónicos e estações ferroviárias, cujo maior incidência se verifica em zonas como Matola Gare e Tenga, na Província de Maputo.

Agostinho Langa, que falava recentemente durante a visita do Presidente da República a Ressano Garcia, colocou a possibilidade de os prejuízos subirem, uma vez que ainda decorrem os trabalhos de contabilização das infra-estruturas danificadas. “Para além da linha que havíamos montado, agora temos de repor a estação de Tenga, que foi incendiada – e também vandalizado o sistema de comunicação –, bem como a de Matola Gare, que, felizmente, foi apenas vandalizada, mas queimaram tudo o que estava à volta”, explicou.

Durante os protestos pós-eleitorais, os protestatários incendiaram as estações de Catema, na linha de Sene, para além de vandalizarem as linhas férias sobre algumas ao longo da zona sul e centro.  Para o PCA da CFM,  a reposição das linhas férreas não constitui uma tarefa difícil, sendo necessários apenas dois dias de tranquilidade.

“Sobre as estações, vamos precisar de algum tempo, porque também há equipamentos electrónicos que foram queimados e, nalgum momento, será necessário importar os mesmos para a reposição, por exemplo, de todo o sistema de báscula em Ressano Garcia. Ao contrário das linhas férreas, a reposição das estações ferroviárias não será uma tarefa fácil, por estar condicionada”, acrescentou, afirmando que os equipamentos necessários para as referidas reposições devem ser importados da vizinha África do Sul.

Apesar da vandalização, a empresa Caminhos de Ferros de Moçambique garante que a circulação de comboios não é colocada em causa, e que a empresa vai continuar a honrar com a sua responsabilidade de transporte de pessoas e bens.  “Estas vandalizações não constituem impedimento para a circulação de comboios, embora haja um pouco de falta de segurança, porque vamos transportar vagões com algum peso, e isso pode perigar a circulação de comboios”, tranquilizou.

Na ocasião, Agostinho Langa explicou que há vezes que a empresa é obrigada a paralisar a circulação dos meios para salvaguardar a integridade pública. Foi o caso desta quarta-feira, em que todas as viagens ferroviárias foram canceladas, devido à ocorrência de chuvas fortes na zona Sul. Porém, a empresa entende ser importante a circulação sem interrupções e a implementação de preços acessíveis. Neste momento, a empresa comparticipa com 85% do custo da passagem, cabendo ao passageiro apenas os restantes 15%.

“Nós, praticamente, fazemos o comboio de passageiros com um custo equivalente a 15% daquilo que devia ser o custo do bilhete. Portanto, estamos a fazer quase de borla, comparado ao transporte semicolectivo de passageiros, que custa cinco vezes mais em relação ao bilhete do comboio”, explicou a fonte.

Por ano, a empresa Caminhos de Ferro de Moçambique transporta sete milhões de pessoas e mais de 26,6 mil toneladas líquidas de carga.

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