Centenas de pessoas manifestaram-se, na quarta-feira, em várias cidades do Sudão, exigindo a demissão do Governo devido às medidas de austeridade aplicadas no âmbito de um conjunto de reformas apoiadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
De acordo com um comunicado do Ministério do Interior, citado pelo Notícias ao Minuto, 52 agentes da polícia ficaram feridos em confrontos com manifestantes em Cartum.
“Não às políticas das instituições financeiras internacionais ou o povo quer a queda do regime” foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes em Cartum, segundo correspondentes da AFP no local.
Dezenas de manifestantes queimaram pneus em frente ao palácio presidencial, empunhando cartazes com slogans como “Pão para os pobres”, antes de a polícia os dispersar com gás lacrimogéneo.
Os protestos ocorrem menos de 24 horas após o FMI anunciar uma volumosa ajuda económica para o Sudão, com alívio da dívida de 50 mil milhões de dólares (42,2 mil milhões de euros), representando quase 90% da dívida total do país.
O descontentamento popular aumentou após o fim, no início de Junho, dos subsídios aos combustíveis, que dobraram os preços do gasóleo e da gasolina.
Desde Agosto de 2019, o Sudão é dirigido por um governo de transição civil-militar, que sucedeu a 30 anos de governação de Omar Al-Bashir, que se encontrava sob sanções internacionais.