Um quilo de castanha de caju bruta vai custar 43 meticais na próxima campanha de comercialização 2021-2022. O preço de referência foi, esta sexta-feira, aprovado pelo Comité de Amêndoas, após auscultações feitas aos actores da cadeia de valor.
O preço em causa tem o potencial de remunerar de forma justa os produtores, comerciantes locais, processadores e exportadores.
Foi sob esse propósito e à luz do regulamento para o Fomento, Produção, Comercialização, Processamento e Exportação de caju que o Comité de Amêndoas fixou 43 meticais como preço de referência de compra da castanha de caju para a campanha de comercialização 2021/2022.
Segundo o director do Instituto Nacional de Amêndoas de Moçambique, Ilídio Bande, o novo preço resultou, em parte, da auscultação aos vários actores da cadeia de valor da castanha de caju, nomeadamente os produtores, comerciantes locais, processadores e exportadores
Entre opiniões e sugestões, o Comité de Amêndoas decidiu fixar os 43 meticais, um crescimento ligeiro se comparado com a passada época de comercialização de castanha de caju, em que a amêndoa custava 37 meticais.
Os factores internos foram determinantes para a fixação do novo preço, mas Ilídio Bande não descartou a conjuntura do mercado internacional, que impôs, sobremaneira, o ajuste.
“De Janeiro a Setembro deste ano, verifica-se um aumento do preço de amêndoa a nível internacional. Portanto, a se antes rondava por 2.3 dólares, agora está a 3.5”, afirmou Ilídio Bande.
Sobre a conjuntura internacional, Ilídio Bande apontou a influência do mercado africano, sobretudo dos países da região ocidental.
“Os preços que são praticados lá estão numa média parcialmente igual à nossa, então não poderíamos ficar à margem dessa imposição do mercado”, referiu Bande.
O director do Instituto de Amêndoas foi cauteloso ao afirmar que este é apenas um preço de referência, uma vez que pode sofrer alterações, embora não acima de 10 por cento.
“Significa que pode oscilar dez por cento a menos ou a mais dos 43 meticais, mas isso deve acontecer dentro dos interesses dos produtores e compradores”, afirmou a nossa fonte.
Por sua vez, os produtores acreditam que a actualização do preço de referência da castanha vai animar o mercado, até porque é passível de revisão se o mercado assim exigir.
As associações de produtores e industriais apontaram que é crucial que o país acompanhe as dinâmicas do mercado da castanha, para que não se saia prejudicado perante os preços dos outros países.
“Se por ventura o preço da amêndoa descer no mercado internacional, nós também temos que fazer revisão em baixas”, disse Cabir Ibrahimo, representante de uma associação industrial e agrícola baseada em Nampula.
Cabir Ibrahimo justificou que “se levarmos muito para reajustar o preço em face à conjuntura internacional, o produto não terá saída e, consequentemente, não será escoado, prejudicando, assim, os produtores, uma vez que não têm condições de armazenamento do produto.
A campanha de comercialização da castanha de caju inicia em Outubro do ano em curso e prevê-se a venda de cerca de 160 mil toneladas desta amêndoa.