No único matadouro da cidade de Inhambane, processa-se a carne que alimenta boa parte das famílias que vivem na cidade de Inhambane.
Depois do abate, o processamento é feito no chão, por onde passam os funcionários e clientes, deixando de lado todas as regras básicas de higiene alimentar.
No local, o “O País” encontrou trabalhadores no processo de abate de duas cabeças que, depois de retirarem a pele, colocam a carne no chão, onde vísceras dos animais também são tratadas, no mesmo ambiente em que é descartado todo o lixo decorrente.
Mas esse não é o único problema do matadouro de Inhambane. Quando o jornal “O País” esteve no local, os funcionários disseram que estavam há uma semana sem água canalizada e que tiveram de ir levar numa mesquita que dista há cerca de um quilómetro do matadouro.
Eles contaram ainda que esta não é a única semana em que não jorra água nas torneiras do matadouro, pois é frequente que o FIPAG faça cortes no abastecimento do precioso líquido, por conta das dívidas que a entidade acumulou com aquela empresa.
Esse facto foi confirmado por André, um dos clientes daquele matadouro. Ele vende carne há muito tempo e conta que se tem deparado com a falta de água no matadouro.
Nesses casos, ao cliente só restam duas saídas – desembolsar algum valor para comprar água e garantir o seu transporte ou ter de ser ele próprio a procurar água para limpar o seu animal.
Em dias normais, são processados, no referido matadouro, de dois a três animais, um número que aumenta em dias de festa.