Dezassete mil pessoas morreram vítimas de cancro da mama em Moçambique, em 2019, ano em que foram registados 25 mil casos da doença que poderá aumentar para cerca de 51.8 mil em 2040, segundo o Ministério da Saúde.
O cancro da mama é um tumor maligno que se desenvolve nas células do tecido mamário. É muito mais frequente nas mulheres, mas pode atingir também os homens.
Esta segunda-feira, duas mulheres de idades diferentes partilharam histórias em comum sobre o cancro, lutaram e venceram a doença.
Magalia Fulane foi a primeira a intervir. “No principio eu sentia um nódulo na mama esquerda, fui apalpando percebi que o nódulo estava a mudar de tamanho. Dirigi-me a uma unidade sanitária próxima de casa”, onde realizaram exames “e descobriram que tinha um nódulo. De lá recebi uma transferência para o Hospital Central de Maputo e recebi o diagnóstico em Março de 2018”.
“O conselho que dou para todas as mulheres e homens” de maior vigilância aos sintomas para que quanto mais cedo a enfermidade for descoberta, maior é a chance de curar. “É uma realidade que agora está a atingir muitos jovens”, disse a mulher.
Zaina Nhamussua também venceu o cancro. A sua experiência não é diferente da que Magalia. Contou que quando recebeu o diagnóstico de que tinha cancro ficou deprimida mas superou o problema.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o cancro da mama mata mais de 500 mil mulheres em todo mundo.
O representante interino da OMS em Moçambique, Tomas Valdez, apontou que é preciso garantir os serviços de rastreio mesmo no contexto da COVID-19 para permitir a situação não se agrave.
“No actual contexto da pandemia da COVID-19, em que evidências mostram a descontinuidade dos serviços de saúde ao nível global, o rastreio e cuidados ao cancro também foram afectados. E os países de baixa e média renda” onde “os sistemas de saúde já enfrentavam desafios, o retorno imediato destes serviço e seu esforço são cruciais para reduzir o peso das doenças não transmissíveis, em particular o cancro da mama e do colo do útero”, afirmou Tomas Valdez.
Há uma tendência de aumento da doença no país. Para o ministro da Saúde, Armindo Tiago estima-se que em 2040 Moçambique registe cerca de 52 mil novos casos de cancro e o número de mortes vai subir também.
Por isso, “a arma que nós temos contra o cancro é a mesma que devemos ter contra a COVID-19. O cancro atinge as mulheres em idade reprodutiva, tira do nosso convívio, tira do convívio dos maridos, dos filhos, das cunhadas as pessoas na idade mais precisa. Vamos começar a fazer abordagem na qual quando o doente for à nossa unidade sanitária ele e avaliado em todos os aspectos que dizem respeito à doença. Vamos medir tensão arterial, vamos determinar a glicemia, vamos determinar seu peso e índice de massa corporal. Vamos aconselhar a perder peso e a fazer auto exame”, disse o governante.
A informação foi tornada pública numa cerimónia de lançamento do mês de consciencialização sobre o cancro da mama, o “Outubro Rosa”, que este ano é celebrado sob o lema “um toque que pode mudar sua vida”