Costa do Sol venceu, sábado, o Ferroviário de Maputo por 94-77 num dos jogos que marcaram a retoma do basquetebol na capital do país cerca de um ano depois. Os “’canarinhos” saíram-se vencedores na dupla jornada, tendo aplicado “chapa 100” ao Aeroporto na sexta-feira: 130-53.
Boa pontuação. Boas indicações para o futuro. É, aliás, o mínimo que se exigia, exige e exigirá ao campeão e vice-campeão nacional, mormente o facto de concentrarem nos respectivos plantéis algumas das “estrelas” da modalidade da bola ao cesto.
Dois factores atractivos para que este duelo estivesse no centro das atenções. Primeiro, as contratações “galácticas” que não só elevam a fasquia no Costa do Sol como também deixam a equipa com muito mais opções.
Segundo, e mesmo depois de ficar “órfão” de muitas “estrelas”, a briosa campanha dos campeões nacionais na promissora Liga Africana de Basquetebol (BAL).
Desfalcado dos internacionais Hugo Martins e o combativo Custódio Muchate, Milagre “Mila” Macome viu-se limitado, sobretudo, na posição cinco. Muchate é, como se sabe, aquele jogador estoico e ressaltador que se impõe nas tabelas.
Em sentido contrário, o Costa do Sol não se podia queixar de opções para fazer maior rotação da equipa: David “Mano” Canivete, Ivan Machava, Octávio “Maguila” Magoliço, Nilton Seifane, Francisco Braga, Klaus Bunguele, Daniel Maveure, Asmilton Ribeiro, Egídio Zandamela, Titos Benjamim e Danilo Cumbe.
Mais agressivos defensivamente é como se apresentou o Costa do Sol. Fez pressão alta, criou crise de raciocino ao adversário nas saídas sobre pressão. Os “canarinhos” condicionaram, em alguns momentos, o campeão nacional nos ataques de posição.
De resto, a “zona pressing” obrigou o Ferroviário de Maputo a cometer alguns “turnovers” sempre que sujeito a esta condição.
Clarividentes no ataque, com destaque para David Canivete que criou muitos desequilíbrios, os “canarinhos” controlaram o primeiro quarto com um parcial de 27-16.
Reagiu, e muitíssimo bem, o Ferroviário de Maputo com alma de campeão e um jogo exterior certeiro, onde se destacou Manuel “Mango” Uamusse.
Com maior rotação da equipa, domínio no jogo interior e pressão a campo inteiro, o Costa do Sol saiu ao intervalo a vencer por 47-36.
Mais ajustados defensivamente, os “locomotivas” fizeram um terceiro quarto de bom nível reduzindo, de resto, a diferença para seis pontos: 47-41.
Os “locomotivas” fizeram um parcial de 5-0, com tiro exterior de Manuel “Mango” Uamusse e curto de Yuran Biosse.
Miguel Guambe, pressionado, solicitou um desconto de tempo para fazer os ajustes na sua equipa. Com as mãos quentes, Ivan Machava arrancou um tiro que galvanizou os vice-campeões nacionais.
Na tabela, o Costa do Sol dominava e explorava o jogo interior para disparar no marcador para 12 pontos ao cabo do terceiro quarto: 69-57.
Espectáculo valorizado, mas podia ter sido ainda melhor com uma arbitragem mais equilibrada dos internacionais António Englesse e Edmilson Lopes. Foi numa das contestações de Milagre “Mila” Macome que o “coach” dos “locomotivas” “apanhou” uma falta técnica.
Se no terceiro quarto o Ferroviário de Maputo apresentou-se com mais clarividência ofensiva, no quarto esteve ainda melhor.
Ataques mais prolongados, circulação de bola e aposta no jogo exterior foram determinantes para que a equipa verde-e-branca continuasse a acreditar na recuperação no marcador, chegando mesmo a reduzir para quatro pontos: 71-67.
Os “canarinhos” resolveram com contra ataques, jogo exterior e interior e venceram por 17 pontos: 94-77.
Costa do Sol vencedor na dupla jornada
Dois jogos, igual número de vitórias na dupla jornada do fim-de-semana no Torneio Nutrição. Este é o saldo do Costa do Sol que, na sexta-feira, aplicara “chapa 100” ao Aeroporto: 130-53. Os “canarinhos” lideraram em todos os quartos desta partida.
Ainda em seniores masculinos, a A Politécnica saiu-se vencedora na dupla jornada do Torneio Nutrição, tendo batido o Atlético (80-40) e Matolinhas (91-43).
Já a Universidade Pedagógica venceu o Aeroporto (70-52), enquanto o Maxaquene bateu o Atlético (58-48).
Ao nível dos seniores femininos, o Ferroviário de Maputo “arrasou” a reformulada e jovem equipa do Desportivo Maputo com “chapa 100”: 121-21. Já a A Politécnica venceu o Maxaquene por 15 pontos: 58-43.
No sábado, o Desportivo Maputo voltou a sofrer uma pesada derrota, desta feita diante do Costa do Sol 17-103.