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“Canário” justifica derrotas no Moçambola: “fomos prejudicados pelos árbitros”

Foto: Costa do Sol

A direcção do Costa do Sol diz que os homens do apito prejudicaram a equipa nas duas primeiras jornadas do Moçambola 2023 e protesta, com veemência, a actuação tendenciosa das equipas de arbitragem, que tendem a falsear a verdade desportiva.

Foi através de uma conferência de imprensa que a direcção do Costa do Sol, pela boca do seu vice-presidente, Jeremias da Costa, acusou os árbitros Fernando Júnior e Filimão Correia, que apitaram os jogos diante do Ferroviário de Quelimane e Black Bulls, respectivamente, de estarem a prejudicar a equipa.

De forma detalhada, Jeremias da Costa, que no fim não deu espaço para perguntas dos jornalistas, falou de alguns lances que ocorreram nos respectivos jogos e que, no entender da colectividade, não foram bem ajuizados pelas equipas de arbitragem.

No embate de Quelimane, Da Costa referiu-se ao penálti marcado para os “locomotivas”, no qual, segundo disse, “o árbitro assistente, que fazia o acompanhamento dos ataques do Ferroviário de Quelimane, não vislumbrou nenhuma infracção no lance. Mas, no mesmo lance, depois de uma hesitação, o árbitro principal, sem grande convicção, assinalou para a marca de grande penalidade”. Isto é, “no lance em si, em nenhum momento a bola bateu na mão ou no braço de um jogador nosso, ou seja, nesta jogada, não houve um facto punível como grande penalidade que castigasse a nossa equipa”.

Ainda no referido jogo, o Costa do Sol viu um golo ser anulado e a direcção não encontra motivos para essa anulação. “No lance do golo que marcámos, não vislumbrámos uma infracção que justificasse a anulação do nosso golo, quer tenha sido um fora-de-jogo ou uma falta ofensiva”, argumentou Da Costa.

Quanto ao jogo diante da Black Bulls, o Costa do Sol acusa Filimão Correia de ter sido tendencioso, a começar pelo lance em que Chamboco atinge Mbulu, numa entrada fora das leis. Para os “canarinhos”, o lance merecia um cartão vermelho e não o amarelo admoestado ao “touro”.

Outro lance analisado é a suposta falta de Nené na área sobre Isac de Carvalho. Jeremias da Costa diz que “escandalosamente, o árbitro não assinalou para a marca de grande penalidade”.

Ademais, segundo Da Costa, o árbitro deixava os jogadores da Black Bulls jogarem ao seu belo prazer, inclusive o guarda-redes, que levava muito tempo para reposição da bola. Diz ainda que não são comportamentos normais de um jogo de futebol.

Face a todos os relatos apresentados, o Costa do Sol diz protestar com veemência a actuação tendenciosa das equipas de arbitragem nos dois jogos, que tendem a falsear a verdade desportiva e prejudicar a sua equipa, exigindo uma intervenção das autoridades que superintendem o futebol.

“O Clube de Desportos da Costa do Sol solicita às entidades que superintendem o futebol nacional, nomeadamente, a Federação Moçambicana de Futebol, a Liga Moçambicana de Futebol, bem como a CNAF e, ainda, o Governo, através da Secretaria de Estado do Desporto, para que considerem grave os actos que atentam para a verdade desportiva e sancionem quem os pratique, sob pena de as actuações tendenciosas da arbitragem e as reacções negativas dos seus agentes, imprensa e dos adeptos, prejudicarem gravemente a credibilização da indústria do futebol, com impacto na cadeia de valores e na economia nacional”, apelou Jeremias da Costa.

Aliás, o dirigente pediu ainda a intervenção da Procuradoria-Geral da República, uma vez que, para o clube, estas práticas consubstanciam actos de corrupção no seio da arbitragem do futebol moçambicano.

Recorde-se que o Costa do Sol somou por derrotas os dois jogos realizados, ambos pelo mesmo resultado, de 1-0, sendo por isso os últimos classificados, sem nenhum ponto e sem nenhum golo.

Na próxima jornada, o Costa do Sol defronta o Baía de Pemba FC, o antepenúltimo classificado, com dois pontos.

 

CLUBES DESTITUEM DIRECÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE BASQUETEBOL DE MAPUTO E NOMEIAM COMISSÃO DE GESTÃO

Os clubes da capital do país tomaram a decisão de destituir a direcção da Associação de Basquetebol da Cidade de Maputo por falta de actividades, situação que prejudica a modalidade da bola ao cesto. Sendo assim, foi afastado todo o elenco de Felisberto Macuácua, que dava continuidade ao mandato de Rui Hélder Guilaze, presidente que perdeu a vida em Maio de 2021.

A decisão foi tomada durante a Assembleia-Geral Ordinária da Associação de Basquetebol da Cidade de Maputo. Na sequência, os clubes assumiram a responsabilidade de gestão da modalidade, segundo escreve o Lance.

A inactividade que se vive no basquetebol da capital do país, a maior e mais antiga associação, caracterizada pela falta de competições, deriva da dívida de 130 mil Meticais aos árbitros e juízes de mesa.

Felisberto Macuácua, que liderava a direcção ora destituída, aceitou a decisão dos clubes e espera que a modalidade possa continuar a bom porto no futuro.

“Os clubes são soberanos e a associação é feita por eles que decidiram por unanimidade, tomando a liberdade de seguirem propostas que, na sua óptica, são melhores para o basquetebol da Cidade de Maputo, pelo que aceitamos esta decisão soberana dos associados”, revelou Felisberto Macuácua, citado pelo Lance.

Já Rui Chelene, chefe do gabinete de basquetebol do Costa do Sol, disse, citado pelo Lance, que a decisão de destituir a liderança anterior foi bem tomada. “A decisão foi unânime e tomada por todos os clubes face à situação a que se assiste no nosso basquetebol. Há dias, ouvimos os seleccionadores nacionais queixarem-se desta inactividade, tendo em conta que as selecções nacionais têm compromissos nos mês de Julho, pelo que decidimos tomar esta decisão e apostar num grupo de jovens que pretende implementar uma nova dinâmica na modalidade”, disse Chelene.

Assim, a Comissão de Gestão será composta por cinco elementos, nomeadamente, Sérgio Itie (antigo jogador do Desportivo e chefe do Departamento de Basquetebol), Ebenizario Hamela (antigo praticante do Costa do Sol), Naftal Chongo (antigo árbitro FIBA), Michel Amade (ligado ao Ferroviário de Maputo) e Anastácio Monteiro (ex-árbitro).

A Comissão de Gestão vai ser empossada a 6 de Maio próximo, numa Assembleia-Geral Extraordinária, na qual deverão apresentar o seu plano de trabalho para resgatar o basquetebol da capital do país, até ao dia 16 de Dezembro, data que foi proposta para a realização das eleições da nova direcção da ABCM.

Refira-se que, na referida Assembleia-Geral, não foram aprovados os relatórios e contas dos últimos exercícios, sendo que ficou acordado que a direcção que renunciou deverá corrigir os documentos e apresentá-los até ao dia 28 de Abril.

Costa do Sol, Maxaquene, A Politécnica, Bela Rosa e Ferroviário de Maputo foram os clubes que tomaram a decisão, enquanto o Desportivo Maputo se absteve. Aeroporto, Lazio e Universidade Pedagógica não tiveram direito a voto pelo facto de os seus delegados não apresentarem credenciais para o efeito.

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