Num processo liderado pelo moçambicano Muhamad Sidat, quadro da Confederação Africana de Futebol que efectuou várias visitas a recintos desportivos africanos, o órgão reitor da modalidade rainha no continente (CAF) interditou 11 estádios de acolherem jogos da 5ª e 6ª jornadas da fase de qualificação ao Mundial Qatar 2022, por incumprimento dos requisitos para acolherem partidas internacionais.
Assim sendo, as selecções dos países abrangidos por esta medida deverão realizar os seus jogos no estrangeiro, sendo que os Mambas vão jogar com a Costa do Marfim no Estádio Géneral Mathieu, no Benin.
A Namíbia, que integra o grupo H, vai jogar com o Togo no Orlando Stadium, na África do Sul, enquanto o Mali terá que evoluir diante do Uganda no Estádio Agadir, em Marrocos, e Djibouti, no Estádio Borg el Arab, no Egipto, quando se bater com a Argélia.
Mas há mais selecções cujos jogos terão que ser realizados fora: a Guiné-Bissau vai jogar com o Sudão no Estádio de Marrakech, no Marrocos, enquanto a Libéria será forçada a realizar o seu encontro com a Nigéria.
O Sudão, por não cumprir com os requisitos exigidos pela CAF, vai jogar no Estádio Prince Moulay Abdallah (Marrocos) e a Costa do Marfim no Estádio Genéral Mathiew Kérékou (Benin) e Burkina Faso no Estádio Marrakesh (Marrocos). Vários países iniciaram, entretanto, com as obras para a melhoria dos seus recintos de modo a que possam acolher jogos internacionais. O Estádio Nacional do Zimpeto, por exemplo, está já a beneficiar de obras de melhoria.
O CASO DE ANGOLA
O Estádio Nacional 11 de Novembro, o maior do país, construído em 2010, por ocasião do CAN daquele ano, foi interditado pela Confederação Africana de Futebol (CAF), de receber jogos, escreve o Jornal de Angola, citando o director do Gabinete de Comunicação e Marketing da Federação Angolana de Futebol (FAF), António Muaxilela.
A inspecção ao Estádio, orientada pela CAF e efectuada pela Federação, no dia 22 do corrente, ditou o encerramento da infraestrutura, por não reunir as condições exigidas pela entidade reitora do futebol no continente. O levantamento da suspensão dependerá de nova inspecção.
A degradação acentuada do Estádio, com realce para o estado actual do relvado, as bancadas e os balneários de acesso ao público despertaram a atenção da CAF.
Segundo António Muaxilela, aquele organismo autorizou a realização do jogo de hoje, entre o Petro de Luanda e o Desportivo da Lunda-Sul, encontro pontuável para a quarta jornada do Girabola, bem como o Angola-Egipto, agendado para o dia 12 de Novembro, válido para a quinta ronda da eliminatória de acesso ao Mundial do Qatar.
“Apesar do estádio estar interditado, a CAF autorizou a realização do jogo do Petro e da Selecção. Depois destes jogos, o estádio ficará fechado. As equipas de Luanda deverão utilizar para os seus jogos o Estádio dos Coqueiros e o 22 de Junho”, disse o responsável pela comunicação da Federação. A inspecção ao Estádio 11 de Novembro consistiu na elaboração do laudo de segurança e verificação da aderência das situações a identificar in loco.
Após a fiscalização, a CAF exigiu à FAF que remetesse as fotos e os vídeos de todos os compartimentos do estádio, no âmbito de uma inspecção rigorosa. Foram igualmente inspeccionados o Estádio de Ombaka, em Benguela, e o da Tundavala, na Huíla, tendo “escapado” da vistoria o de Chiazi, em Cabinda. Ao contrário do 11 de Novembro, os outros dois estádios foram aprovados pela CAF.
Os quatro estádios custaram ao país 468 milhões de euros e, na altura, havia ficado expresso que a manutenção das infraestruturas desportivas estaria a cargo da empresa chinesa Shanghai Urban Construction Group Corporation (SUCGC).