O país e o mundo são assolados pelo novo Coronavírus, mas para Moçambique foi mais um “fardo” que se acrescentou aos ataques terroristas em Cabo Delgado e militares em Manica e Sofala.
E sob esta, digamos, dura realidade a vida segue e diferentes sectores reinventam-se. Foi neste contexto que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano deu início, no passado dia 30 de Novembro de 2020, às matrículas de novos ingressos da primeira classe, cujo término está previsto para 26 de Fevereiro de 2021.
No seu balanço preliminar, o pelouro da Educação e Desenvolvimento Humano calcula que já matriculou, nos primeiros 19 dias do processo, aproximadamente 238 mil alunos de um total de cerca de um milhão e quinhentos previstos em todo o país.
“Para nós, como sector, comparativamente, ao ano passado, pois os pais estão a afluir porque nos outros anos tem sido mais complicado”, apontou Gina Guibunda, sem se esquecer dos condicionalismos impostos pelo novo Coronavírus.
Os dados são satisfatórios até num dos pontos que menos se esperava devido aos ataques terroristas: em Cabo Delegado. Nesta província, há pouco mais e 27 mil crianças inscritas de um universo de pouco mais de 120 mil, o que equivale a 23%, uma percentagem acima da média nacional que é de 15%. Este ponto do país só está abaixo da cidade e província de Maputo com 45 e 29%, respectivamente e “isto, para nós, encoraja-nos”.
Onde os números não são tão encorajadores é nas províncias de Manica, Sofala e Gaza, que, neste momento, estão muito aquém da média nacional. Gina Guibunda esclarece que, para o caso das províncias do centro não tem nada a ver com os ataques.
“Se calhar, os pais possam ter relaxado um pouco, pensando que ainda há tempo até 26 de Fevereiro e poderão matricular os filhos”, justificou Gina Guibunda, para quem os números baixos de matrícula registados no centro do país não têm a ver com os ataques armados, uma vez que “se Cabo Delgado está muito acima da média” pode ser que não tenha “nada a ver com o terrorismo”.
Gina Guibunda apela aos pais e encarregados de educação a matricularem os seus filhos ainda a tempo como forma de dar espaço aos gestores escolares para organizar os alunos em função da nova realidade imposta pela COVID-19. A situação levou à extensão do calendário escolar até Fevereiro de 2021.
No dia 25 de Janeiro iniciam os exames da 7ª classe e os do ensino secundário vão iniciar no dia 01 de Fevereiro, revelou a porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.
O ano lectivo 2021 vai arrancar no mês de Março e com término previsto para Dezembro.