Retomou na tarde desta sexta-feira a audição dos co-réus Bruno Langa e Ângela Leão, para responder às perguntas de insistência do Ministério Público.
De Bruno Langa a magistrada do Ministério Público quis saber das armas que foram apreendidas na sua posse e na residência do réu, uma do tipo pistola e outra caçadeira.
Em resposta , primeiro a posse da arma de fogo disse que comprou no país e que pediu a licença ao Ministério do Interior, mas não renovou, porque para ele não era algo importante.
“Eu não usava a arma, ela estava guardada no cofre do guarda-fato da minha casa e quando pediram para abrir a arma estava lá”, disse.
Sobre a segunda arma, do tipo caçadeira, começou por explicar que não é caçadeira, mas sim de pressão de ar que adquiriu, na África do Sul para caçar passarinhos.
“A arma não precisa de licença”, disse e acrescentou que não tinha nenhuma declaração passada pelo Ministério do Interior porque “ foi-me dito que não era preciso” quando chegou na fronteira, e disse mais que “toda gente que tem aquela arma, não tem licença”.
Terminada as questões a Bruno Langa, Ana Sheila Marrengula, confrontou a co-ré Ângela Leão sobre as alegações de Fabião Mabunda, proprietário da empresa M-Moçambique Construções que no dia da sua audição disse que não tinha relação com o projecto da Zona Económica e Exclusiva.
Na mesma ocasião, Mabunda assumiu ter recebido da Prinvivest e dela mais de 277 milhões de meticais, para actividades que tinham a ver com as obras de manutenção da doca do porto de Maputo. Mas porque as obras não foram executadas, devolveu, em numerário, todo o valor recebido, porém não conseguiu provar ao tribunal.
Segundo a magistrada do Ministério Público, consta dos autos que o montante recebido foi usado no interesse da ré Ângela Leão e do seu esposo Gregório Leão, por isso, questionou o que a ré tinha a dizer sobre as circunstâncias e o motivo para elaboração dos dois subcontratos, referentes a supostas actividades de infraestruturas da Zona Económica e Exclusiva.
A ré respondeu que não tem nada a ver com os assuntos relacionados ao grupo Privinvest e a Logistics, principalmente com os assuntos relacionados às dívidas ocultas.
“Não tenho nada a declarar, não tenho nada a dizer só estou aqui por ser esposa, não participei de nada não sei de nada, principalmente agora depois de ouvir o réu António Carlos do Rosário, que disse que as pessoas que criaram esses projectos estão identificadas”, disse e acrescentou que “talvez para falar da Privinvest seria melhor chamar o meu marido, eu não”!
Marrengula prosseguiu e questionou de quem foi a iniciativa para a elaboração desses contratos, uma vez que o valor que foi usado para o interesse da ré e do seu marido.
Ângela Leão respondeu que não sabe de quem foi a iniciativa e que “se o valor foi aplicado no meu interesse e do seu esposo essa é a conclusão do Ministério Público e não sei de que valores se refere”, respondeu.