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Bóia Júnior prevê aumento de problemas de saúde mental devido ao isolamento social

O antigo presidente da associação de psicologia de Moçambique apresenta dicas para enfrentar consequências psicológicas e mentais da COVID-19; a doença está gerando estresse na população afectada pelo risco de contaminação, incerteza, isolamento social entre outros motivos. Nesta altura Bóia Júnior diz que é comum as pessoas serem violentas e recorrer ao consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas ilícitas.

As consequências da pandemia do novo coronavírus estão causando pressão psicológica e estresse em grande parte da população afectada. As incertezas provocadas pela covid-19, os riscos de contaminação e a obrigação de isolamento social podem agravar ou gerar problemas mentais devido as limitações de muitos direitos humanos básicos em favor do direito a vida para evitar a propagação do vírus, quem assim defende é o psicoterapeuta e antigo presidente da associação de psicóloga em Moçambique Bóia Júnior.

“Pode haver frustrações devido ao confinamento que podem levar a maiores índices de violência familiar e outros comportamentos anti-sociais como resultado da diminuição de apoios e recursos (por exemplo não poder contar com  apoio de instituições como a escola para tomar conta das crianças e ter de passar o tempo todo com as crianças e providenciar a atenção normalmente concedida pela escola) ”.

Por outro lado o psicoterapeuta entende que há uma grande probabilidade de haver algumas implicações psicossociais para indivíduos e famílias acima referenciados, dentre elas o impacto emocional e financeiro negativo derivado de possíveis crises económicas decorrentes do isolamento, tais como perda ou redução de fonte de rendimento, aumento dos problemas de saúde mental (medos, ansiedade, depressão,etc) e abuso de bebidas alcoólicas e outras drogas, como uma tentativa de fuga aos desafios impostos pelo isolamento, ansiedade.

“Há também uma tensão e impacto emocional negativo nas relações familiares, decorrentes das dificuldades ou restrições para aceder serviços de saúde, acesso a bens materiais, a produtos alimentares”, disse Bóia Júnior

E mais, o psicoterapeuta entende que a estas alturas são notórios dilemas éticos e morais, quando algumas pessoas são chamadas a priorizar entre a atenção e a assistência a sua família, ou a outros grupos sociais. Isto acontece em profissionais ligados aos servições de saúde, polícia e outros serviços essenciais. Estes trabalhadores são chamados a prover serviços públicos não adiáveis, em detrimento de cumprir o isolamento junto de suas famílias.

Apesar das medidas para conter a disseminação da doença que tem sido anunciadas pelas autoridades, a ameaça de contaminação continua a causar medo e estresse na população

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