Comandante-Geral da PRM diz que as emoções políticas podem tornar difícil garantir a ordem e a segurança pública durante as eleições gerais. Por isso, Bernardino Rafael exige maior preparo aos agentes da Polícia.
Falando para dentro e fora da PRM e com alvos bem identificados, neste caso os actores políticos, Bernardino Rafael diz não querer tumultos nas eleições gerais.
“A segui, vai ser campanha eleitoral para as eleições gerais para eleição do Presidente da República, deputados da Assembleia da República, governadores provinciais e membros de assembleias provinciais, vós sois desafiados a prepararem-se para poder garantir que esses pleitos eleitorais que se avizinham decorram sem alteração da ordem e segurança públicas. É um grande desafio que temos, avaliando pelas emoções políticas que vivenciámos nas eleições autárquicas, é um desafio, é um grande desafio para corporação policial da República de Moçambique.”
Quanto às últimas eleições autárquicas, a Polícia diz ter registado 401 manifestações públicas, das quais dezenas foram violentas.
“Desde Outubro, depois das eleições, houve 401 manifestações, garantimos a protecção e, dessas, trinta foram violentas, muito violentas e estamos atentos a isso. O nosso apelo é o mesmo para que se encontre um campo de diálogo para suprir todos aqueles que constituem conflitos eleitorais.”
Ademais, a Polícia diz estar preocupada com a onda de agitação devido a boatos ligados à cólera, que culminou com mortes e destruição de património.
De acordo com o Comandante-Geral da PRM, a Polícia também foi vítima dos tumultos decorrentes da onda de desinformação sobre a cólera.
“Em vinte e sete casos violentos em relação à cólera, estamos ainda a intervir; esta situação provocou 23 mortes até ao momento em situações conflituosas acerca da cólera.”
Em relação à quadra festiva, dezanove pessoas morreram afogadas no país. A informação foi avançada pelo Comandante-Geral da PRM durante a cerimónia de encerramento da “Operação Esperança”, que, segundo Bernardino Rafael, trouxe resultados positivos.
Afogamentos e outros incidentes marítimos ocorreram nas praias e águas do interior do país durante a quadra festiva.
“Tivemos doze incidentes marítimos e houve dezassete mortes e mais dois desaparecidos que, até ao momento, não foram encontrados e não temos esperança de os encontrar. Na prática, contamos com dezanove óbitos decorrentes de afogamentos e outros incidentes marítimos na nossa costa e nas águas do interior.”
A “Operação Esperança” foi lançada a 08 de Dezembro passado e encerrada esta quarta-feira e visava facilitar a livre circulação de pessoas e bens e garantir a segurança dos cidadãos entre nacionais e turistas durante a quadra festiva. Nas contas das autoridades, 684 221 pessoas atravessaram as fronteiras nacionais nesse período.
Em relação às viaturas, as autoridades registaram a entrada e a saída de 144 964 automóveis pelas fronteiras nacionais.
O Comandante-Geral da PRM elogiou o desempenho da corporação na última quadra festiva e saudou o comportamento dos moçambicanos durante as festas passadas.