O professor universitário e linguista, Bento Sitoe, participou, semana passada, na edição de Conversas da Academia à Quinta-feira, da Academia Angolana de Letras.
Durante a sessão subordinada ao tema “Traduzimos o quê, para quem e para quê?”, escreve o Jornal de Angola, Bento Sitoe considerou o escritor como um tradutor da realidade vivida. De igual modo, o pesquisador acrescentou que, em Moçambique, 85% da população fala línguas bantu, 47% de moçambicanos falam português como língua segunda e 10% têm no português a sua língua materna.
Ao abordar a tradução de textos, o professor jubilado da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), que marcou assim o seu ingresso como membro correspondente da Academia Angolana de Letras, disse que a tradução é um desafio, pois consiste em “extrair o sentido de um texto e reproduzi-lo fielmente no texto de uma outra língua, o que pressupõe também a adaptação ao contexto cultural da língua de destino”, le-se no Jornal de Angola.
De acordo com Bento Sitoe, o primeiro passo para uma boa tradução é entender a mensagem original e o segundo passo é saber fazer o paralelismo entre os dois contextos.
Segundo o Jornal de Angola, Bento Sitoe referiu a sua experiência enquanto tradutor da Bíblia e enquanto tradutor da Constituição moçambicana para a língua changana. Deu conta que, para vencer tais empreitadas, escreve o Jornal de Angola, recorreu a um grupo de falantes de changana que falam também português, cujo auxílio foi fundamental, ao ponto de considerar esse grupo como o “seu Google”.
Bento Sitoe é autor de três novelas escritas em changana. Uma delas, intitulada “Zabela”.