Angélica tem 36 anos de idade, é mãe de quatro filhos dos quais gémeos que completam este domingo sete meses de vida. A mulher foi expulsa do lar há três meses porque segundo suas palavras deu à luz uma criança que nasceu com o ânus no abdómen. A mesma criança nasceu com a perna e o pé defeituosos que até aqui a jovem mãe não sabe se terá correção ou não. Ela já foi ao Hospital Central de Maputo, a maior unidade sanitária do país, e segundo contou ao Jornal “O País” a cirurgia para abertura do ânus não é feita devido ao Estado de Emergência vigente no país.
“Já fui ao Hospital Central lá fui dito que só depois do fim do Estado de Emergência poderá ser feita a cirurgia. Quanto ao pé o médico ortopedista disse que internamente não há possibilidade, só fora”. Entristece-lhe ainda o facto de o marido não prestar assistência e atenção a família.
Sem emprego, Angélica vive com os filhos numa casa do tipo um, cedida pelo pai no bairro trevo no Município da Matola. Angélica diz que já vendeu todos seus pertences para garantir a sobrevivência dos filhos e especialmente do pequeno Géneses que precisa de cuidados especiais.
“O meu maior desejo é ver meu filho curado, ver a cirurgia a ser feita ao meu filho. Vou aliviar meu sofrimento que é tanto”.
Ela diz que neste momento sobrevive graças aos vários movimentos de caris social que vão prestando apoio sobretudo em fraldas. Génesis é descrito pela mãe como um bebê calmo que brinca tranquilamente, mas no momento da elaboração da presente notícia o rapaz chorava para atrair a atenção da mãe para troca de fraldas que é feita com muita regularidade.