Uma bebé com má formação congénita, na província da Zambézia, nasceu com seis membros, nomeadamente, dois braços e quatro pernas. O facto ocorreu no distrito de Mulevala e, mais tarde, a recém-nascida foi transferida, com a respectiva mãe, para o Hospital Central de Quelimane (HCQ).
Na maior unidade sanitária de Quelimane, os médicos observaram a criança e fizeram exames especializados possíveis, tendo concluído que se trata de gémeos parasitas.
É uma situação rara e que ocorre pela primeira vez desde que o Hospital Central de Quelimane entrou em funcionamento. A bebé, segundo os médicos, nasceu estável, mas com má formação congénita. De acordo com explicações na literatura, gémeos parasita ocorrem quando um dos fetos não consegue formar o seu corpo direito, o que faz com que “parasite” o seu irmão com o objectivo de sobreviver.
Esta teoria sugere que o gémeo parasita corresponde a uma massa de células altamente desenvolvida, também chamada de teratoma.
Na sequência, os médicos terão de estudar de forma mais profunda para manter a vida da referida criança. Para além de quatro pernas, os médicos acreditam que a bebé tenha outras más formações, nomeadamente de coração, rins e do fígado.
De acordo com Eugénia Cavele, médica cirurgiã, “nós recebemos a criança, sendo a mesma do sexo feminino, e o parto foi fora da maternidade”
Cavele explicou, ainda, que “é uma criança que veio com algumas más formações congénitas. Na verdade, é um caso raro, porque, desde que abrimos o Hospital Central de Quelimane, nunca registámos um caso igual”, disse Eugénia Marquesa, adiantando que “é um caso raro com diagnóstico desta natureza, mas, em termos de má formação congénita, o hospital recebe vários casos, principalmente do aparelho digestivo”.
Eugénia Mucavele acrescentou que, “no caso, é possível ver a olho nu todos os intestinos exteriorizados, entre outras situações.”
“O que chamou mais atenção, na criança, foram os membros inferiores de outro gémeo que estão ligados à parede abdominal. É uma criança que trás suspeitas de más formações cardíacas, das vias biliares, do fígado e também do rim. Neste momento, a criança está estável e não corre risco de vida. Ela tem boa vitalidade, com choro forte e chupa o leite da mãe normalmente”, disse.
Em breve, a bebé e a mãe vão ser transferidas para o Hospital Central de Maputo para terem um seguimento mais especializado, pois, em Quelimane, os recursos são escassos.