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Barulho da população de Covó-Gêr-Gêr obriga Nyusi a abandonar discurso

O Presidente da República, Filipe Nyusi, foi obrigado a parar de ler o discurso escrito devido ao barulho da população do posto administrativo de Covó-Gêr-Gêr, em Nampula, durante a cerimónia de inauguração de energia eléctrica.

Foi um caso inusitado que aconteceu esta quarta-feira no Posto Administrativo de Covó-Gêr-Gêr, no distrito de Nacala-à-Velha, local que acolheu a cerimónia de inauguração de uma subestação de energia eléctrica para a população local.

O facto aconteceu no momento do discurso do Presidente da República, Filipe Nyusi, com a população presente no local a não dar ouvidos às palavras do Chefe do Estado. Ou seja, a população que estava presente no local das cerimónias principais, maioritariamente jovens e crianças, não parava de provocar o barulho, o que acabou por inviabilizar o discurso escrito de Filipe Nyusi.

Mesmo a meio do ambiente barulhento, o Presidente da República até tentou iniciar o seu discurso, mas foi apenas por 56 segundos e interrompeu quando se apercebeu de que a população não acompanhava o que dizia.

Decidiu descer do palanque para falar mais próximo da população e procurar um melhor entendimento. O que o Presidente da República queria mesmo era informar que “viemos aqui para vos dar energia. Fizemos isso em Nacaroa e estamos a fazer isso agora”.

Uma vez que precisava de ter uma visão de toda população, Nyusi decidiu voltar ao pódio para continuar com o discurso, mas o barulho simplesmente não cessava, o que levou o governador da província a tentar pedir calma à população, algo que não aconteceu e também não se sabia o motivo de tanto barulho.

Filipe Nyusi continuou a ler por mais dois minutos e 56 segundos o seu discurso, porém decidiu abandonar os papéis e optou por um discurso mais improvisado, como forma de fazer chegar a sua mensagem à população.

Mesmo a meio de dificuldades de comunicação, Filipe Nyusi disse que “nós prometemos electrificar todos os postos administrativos neste mandato e estamos quase a terminar e acredito que, no próximo ano, vamos concluir. De início, nesta província ainda ficarão oito postos administrativos para terminar”.

A cerimónia acabou terminando com a população a abandonar o local mesmo antes do fim da cerimónia e antes mesmo de se retirar, o Chefe de Estado parou para responder a duas perguntas do jornal O País, em relação ao comportamento da população e sobre a situação que se vive no seio do partido Frelimo.

Sobre a atitude dos presentes no local da cerimónia, Filipe Nyusi disse que o que aconteceu é que “a população quer energia, quer água, quer estradas, quer telefone, quer viver bem e, quando a gente chega, para eles, é uma festa. É aquilo que viram que eles andaram longas distâncias a perseguirem-nos e nem nos deram tempo para parar a falar, porque eles querem celebrar a energia que chegou e que há muito tempo esperavam”.

Relativamente às vozes que se fazem ouvir dentro do partido, nomeadamente as cartas críticas dos seus membros, Filipe Nyusi não respondeu, tendo dito apenas que “eu não ouvi falar do partido”.

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