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Matola transforma lixo em blocos de construção

Foto: O País

Garrafas de vidro serão transformadas em material de construção, com destaque para blocos, no Município da Matola. Para o efeito, foi inaugurado, ontem, um centro ecológico, com capacidade para processar uma tonelada de vidro por dia.

Com a entrada em funcionamento do centro, as mais de 1200 toneladas de lixo, que são manuseadas diariamente no Município da Matola e que dificultam a gestão de resíduos sólidos, gerando insatisfação por parte dos munícipes, passarão a ter um tratamento diferente.

É que, a partir desta data, as garrafas poderão ser processadas através de uma máquina, transformadas em pó de vidro e misturado a mais elementos, a partir dos quais serão fabricados blocos de construção de residências, mais baratos e ecológicos.

A iniciativa foi levada a cabo pela Cooperativa Ambiental Repensar, sob gestão do ambientalista Carlos Serra Júnior.

Durante o seu discurso, Serra disse que o acto era a efectivação de um sonho que começou com campanhas de recolha de cacos de vidro e garrafas nas praias, mas não tinham ainda uma unidade de processamento.

“O sonho é transformar o lixo que está nas praias, nos mangais e outros locais em riqueza. A preocupação era onde depositar este lixo. Tenho que construir mais aterros sanitários? Não! A questão deve ser o que eu posso fazer com este lixo”, disse Carlos Serra.

O ambientalista garantiu que o objectivo da construção do centro está no aproveitamento do vidro, mas, posteriormente, irá para as áreas verdes, como jardins, e envolverá as comunidades na educação sobre a gestão do lixo urbano.

Depois da inauguração do centro, o edil da Matola, Calisto Cossa, instou as empresas e a população da autarquia, em geral, a usarem o centro para benefício próprio, através da venda de garrafas. Para tal, a comunidade deverá colocar os resíduos sólidos em locais próprios.

“Nós vamos abraçar este projecto, porque todos os dias somos questionados: o que vocês pensam em fazer com o lixo que Matola produz? Sabemos que há soluções a médio e longo prazos, mas os munícipes querem soluções a curto prazo, ou seja, produziram lixo e nós reaproveitamos. Por isso, é preciso ir encontrando essas soluções, no sentido de mostrar que aquilo que nós consideramos lixo é um recurso valioso”, disse Cossa.

Apelidado “Eco Nsila”, que quer dizer “lixo ecológico” em português, o empreendimento vai reciclar, tratar e reaproveitar resíduos sólidos como garrafas, plásticos e latas, para a produção de materiais de construção como o bloco.

A “Eco Nsila” é uma iniciativa que resulta da parceria entre a edilidade da Matola, a Cooperativa Repensar e a empresa Cervejas de Moçambique. A infra-estrutura tem a capacidade para processar uma tonelada de vidro por dia, que posteriormente será usado para fabricar pavês e blocos de construção.

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