O banco UBS comprou o Credit Suisse, seu maior concorrente na Suíça, por três mil milhões de francos suíços, equivalentes a 3,23 mil milhões de dólares. O negócio foi fechado este domingo, segundo escreve a Bloomberg.
Um negócio fechado ao preço menos esperado. Até à última sexta-feira, segundo a Bloomberg, o banco Credit Suisse podia ter sido vendido a 7,4 mil milhões de dólares. Entretanto, no último domingo, o banco UBS comprou a quase metade do preço.
É que, à medida que aumentavam as preocupações sobre a saúde financeira do banco, os clientes do Credit Suisse retiraram das suas contas mais de 100 mil milhões de dólares em activos, nos últimos três meses do ano passado.
No presente ano, a retirada de dinheiro continuava. A transação inclui extensas garantias do Governo suíço. O preço por acção caiu em cerca de 99% face ao pico do Credit Suisse em 2007, segundo cálculos da Bloomberg.
O negócio foi apressado, para conter os danos envolvendo a crise de confiança com potencial de se espalhar por todo o mercado financeiro mundial. No início, o banco UBS pretendia comprar o Credit Suisse por cerca de mil milhões de dólares.
Um dia após o anúncio, as acções do Credit Suisse caíram 60% e a do UBS chegaram a cair 16% na manhã desta segunda-feira.
O Federal Reserve – Fed, o banco central dos EUA e o Departamento do Tesouro americano saudaram o acordo, assim como o Banco Central Europeu.
Segundo escreve O Globo, em conferência de imprensa, o presidente do Banco Nacional da Suíça, Thomas Jordan, afirmou que “era indispensável que agíssemos rapidamente e encontrássemos uma solução o mais rápido possível”.
Recentemente, o banco central suíço tentou conter a retirada de investimentos no Credit Suisse com apoio de liquidez, que suspendeu temporariamente a fuga de capitais. No entanto, o drama do mercado continuava arriscado.
Segundo o Banco Central Europeu, a “acção rápida” tomada pelas autoridades suíças “são fundamentais para restaurar as condições de mercado e garantir a estabilidade financeira”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em comunicado citado pelo O Globo.
“O sector bancário da área do euro é resiliente, com fortes posições de capital e liquidez”, disse Lagarde, para depois acrescentar que o BCE “está totalmente equipado para fornecer suporte de liquidez ao sistema financeiro da zona do euro, se necessário, e para preservar a transmissão suave de política”.
Importa lembrar que, em Outubro de 2021, o Credit Suisse se viu mergulhado no “caso dívidas ocultas” em Moçambique. Como consequência, os EUA e o Reino Unido impuseram multas ao banco no valor de 475 milhões de dólares.
O Credit Suisse estava envolvido em subornos a seus funcionários avaliados em 50 milhões de dólares em troca de melhores condições em quase 1,3 mil milhões de dólares em empréstimos concedidos ao Estado moçambicano entre 2012 e 2016.
Os empréstimos serviriam para financiar projectos de vigilância marítima, pesca e estaleiros, mas foram parcialmente desviados para pagamento de subornos.