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Banco de Moçambique indica nova inspectora residente no Standard Bank

O Banco de Moçambique comunica que, havendo necessidade de manter o acompanhamento contínuo das actividades do Standard Bank no terreno, para salvaguardar os interesses dos clientes e assegurar a estabilidade do sistema ­financeiro, indicou Adelina José Chilaúle, quadro sénior do Banco de Moçambique, para desempenhar as funções de inspectora residente, com efeitos a partir do dia 14 de Dezembro de 2022, em substituição de Zaituna Raul Chilaúle.

A nova inspectora residente dará continuidade à monitoria das acções de melhoria dos sistemas e tecnologias de informação, da cultura de risco e dos controlos internos do Standard Bank e participará em reuniões relevantes dos órgãos colegiais.

O Banco de Moçambique informa ainda que os accionistas do Standard Bank e a sua administração continuam a colaborar com vista à plena sanação das irregularidades detectadas no âmbito das avaliações conduzidas, e reitera que todas as operações no sistema bancário são realizadas dentro da normalidade e sem sobressaltos.

Recorde-se que, em Julho passado, o Banco de Moçambique anunciou que o Standard Bank vai continuar, por mais 12 meses, impedido de participar no mercado cambial interbancário, um ano após o regulador suspender a instituição neste tipo de operações por “infracções graves”.

“A decisão decorre do facto de o banco central constatar, ao longo do acompanhamento que faz aquela instituição financeira, desde Julho de 2021, evidências de graves irregularidades que ditaram o seu impedimento, em vigor nos últimos 12 meses, não obstante algumas melhorias”, indica o Banco de Moçambique em nota distribuída, em Julho último, à comunicação social.

Apesar de continuar suspenso do mercado cambial interbancário, o regulador esclarece que o banco comercial está autorizado a realizar actividades de conversão de moeda com o seu público, devendo usar a taxa de câmbio de referência publicada pelo Banco de Moçambique.

Numa nota de reacção distribuída à comunicação social, o Standard Bank reitera que a decisão não impede a instituição de continuar a trabalhar com os seus clientes, acrescentando que continua em contacto com o regulador para resolver os problemas que persistem.

“O Standard Bank continua a trabalhar com o Banco de Moçambique para resolver todas as questões pendentes da auditoria de 2021, de forma a ser readmitido no mercado cambial interbancário”, indica o banco comercial.

A suspensão do Standard Bank do Mercado Cambial Interbancário foi anunciada em 23 de Junho do ano passado e, no dia seguinte, o banco central moçambicano anunciou a abertura de três “processos de contravenção” contra aquela instituição bancária e dois dos seus colaboradores.

O banco comercial foi obrigado também a pagar uma multa de 290 milhões de Meticais, após a constatação de “infracções graves” durante inspecções, com destaque para manipulação fraudulenta da taxa de câmbio.

Dados do banco central moçambicano divulgados em Abril apontavam o Standard Bank como o terceiro na lista dos três bancos de importância sistémica em Moçambique, numa lista liderada pelo Banco Internacional de Moçambique (Millennium Bim) e em que o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) está na segunda posição. No rácio que mede a importância para o sector, rotulada com a sigla inglesa D-SIB, o Millennium Bim encabeça a lista com 251 pontos, seguindo-se o BCI com 228 e o Standard Bank com 139.

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