O Departamento de Estudos Económicos do Banco de Moçambique antevê uma estabilidade de preços nos próximos dois meses. O objectivo é manter a inflação na casa de um dígito até finais do ano.
Esta previsão da estabilidade no índice de custo de vida é explicada em parte, pela tendência da valorização do Metical face às principais moedas de circulação no país, nomeadamente, Dólar, Rand e Euro.
Com efeito, para o terceiro trimestre do ano espera-se um abrandamento da inflação média anual, comparativamente ao trimestre anterior, prevendo-se ainda, para os meses de Setembro e Outubro, uma interrupção do sentido de desaceleração da inflação anual, mas ainda assim mantendo-se em níveis considerados estáveis.
Do lado dos empresários, houve uma revisão em baixa das expectativas de inflação anual para o final de 2019.
O inquérito ministrado pelo Banco Central aos agentes económicos (sector financeiro, na sua maioria) revela para o final do ano, um nível de inflação anual de 4,78% equivalente a uma revisão em baixa de 53 pb face ao inquérito anterior realizado em Junho.
Quanto ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real mantêm-se as previsões de desaceleração em 2019 e de recuperação gradual no ano seguinte, estimulado sobretudo pelas actividades de reconstrução pós-desastres naturais no centro e norte do país e pela dinâmica decorrente da materialização dos projectos de gás natural na Bacia do Rovuma. Foi neste contexto, e ponderados os riscos associados às projecções, o Banco Central decidiu reduzir as taxas de juros, com destaque para a de referência (taxa MIMO) que baixou em 50 pontos base, para 12,75%.
‘Prime Rate’ cai pelo terceiro mês consecutivo
Depois de Julho e Agosto, o Banco de Moçambique a a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) voltar a mexer na taxa ‘Prime Rate’ do sistema financeiro nacional, fixando-a em 18,30% neste mês de Setembro, uma redução em 20 pontos base face a do mês anterior.
Entende-se como ‘Prime Rate’, a taxa aplicada às operações de crédito entre as Instituições de crédito e sociedades financeiras com os seus clientes. A esta taxa é adicionada ou subtraída uma margem (spread), mediante a análise de risco de cada tipo de crédito.
Esse indicador funciona como base para a fixação da taxa de juro de referência (taxa MIMO), que torna o dinheiro mais caro ou barato na banca.