A TotalEnergies nega que tenha cometido homicídio involuntário no ataque de Palma, ocorrido em Março de 2021. Num comunicado a que o “O País” teve acesso, a multinacional arrola vários mecanismos que terá usado para ajudar a salvar vidas no momento mais tenso.
Não passa muito tempo desde que a Total foi acusada de homicídio involuntário em Março de 2021. A queixa foi submetida em França por um grupo de sete pessoas, sul-africanas e britânicas, entre as quais três sobreviventes e quatro familiares das vítimas do ataque.
A alegação é a de que a multinacional falhou no seu dever de protecção dos subcontratados do megaprojecto de gás natural liquefeito e, depois do início do ataque, de salvamento das pessoas em perigo de morte imediata. Ou seja, não não prestou “assistência à pessoa em perigo”.
A TotalEnergies diz que isso não é verdade. Em comunicado, diz: “Logo que os ataques começaram e a situação foi avaliada, a Mozambique LNG Moçambique prestou assistência às autoridades moçambicanas, nomeadamente através do fornecimento de combustível para as operações de evacuação e salvamento”.
Ademais, “as equipas médicas do GNL Moçambique foram mobilizadas para prestar assistência médica de emergência aos civis feridos que foram evacuados por via aérea e marítima das instalações de Afungi. O hospital do local também foi disponibilizado. A Mozambique LNG também evacuou mais de 2500 pessoas, incluindo muitos civis, por via aérea e marítima, nomeadamente através do fretamento de um ferry para o efeito”.
A empresa terá sido acusada também por se ter recusado a fornecer combustível à empresa de segurança sul-africana, DAG. A TotalEnergies explica-se, dizendo que “esta empresa foi contratada em 2020 pelo pelo Governo de Moçambique para efectuar missões de segurança ofensivas e militares contra grupos terroristas no norte de Moçambique. A segurança nas instalações de Afungi foi assegurada pelas forças de segurança governamentais”.
Sobre regressar ou não às acções, a TotalEnergies anuncia que “a decisão de reiniciar o projecto depende da capacidade de concluir o projecto em boas condições de segurança. Esta posição é partilhada por todos os parceiros do Mozambique LNG. As actividades actuais no local estão limitadas ao reforço das infra-estruturas de segurança e à melhoria das estradas de acesso”.