A Comissão Nacional de Eleições (CNE) diz estar preocupada com o nível de ilícitos e violência eleitorais que marcaram a primeira quinzena da campanha em curso.
A inquietação foi expressa no último sábado, num encontro que juntou membros da CNE e os mandatários dos partidos políticos concorrentes às eleições de 15 de Outubro próximo.
De acordo com dados avançados pelo presidente daquele órgão eleitoral, até ao último sábado tinham sido registados em todo o país, 33 casos de ilícitos eleitorais que se caracterizaram por “destruição de cartazes e panfletos, violação da liberdade de reunião, ofensas corporais voluntárias, pancadaria em cruzamentos de caravanas”, situação que para a CNE são incompreensíveis.
“Olhamos com maior preocupação a constatação de algumas situações que decorrem à margem da lei que, face ao nível de maturidade democrática em que nos encontramos como nação, já não se justificam” disse Abdul Carimo, presidente da CNE.
Das estatísticas da primeira quinzena de campanha, constam ainda situações trágicas que já levaram a morte de 14 pessoas e dezenas de feridos. Das vítimas mortais, 10 resultaram de um incidente ocorrido semana finda no Estádio 25 de Junho, em Nampula, no final de um showmício do candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, e quatro foram provocados por um acidente de viação numa caravana de campanha do partido no poder, ocorrido no distrito de Gondola, província de Manica.
A CNE olha com preocupação para o que ainda resta do tempo da campanha e espera que os membros e simpatizantes dos partidos e coligações concorrentes ao escrutínio, saibam tirar ilações do balanço da primeira quinzena e mudem de postura, cumprindo integralmente e rigorosamente a legislação e o código de conduta eleitoral.
“Olhamos com muita apreensão os próximos cerca de vinte e oito dias, ávidos e com sentimento de querer corrigir, que aguardamos que todos tenham o sentimento correctivo, entre outros, a constante obstrução, a colagem de panfletos sobre os de outrem, a colagem de cartazes em locais proibidos por lei” exortou Carimo.
Refira-se que, como resultado dos ilícitos já registados, os órgãos eleitorais dizem que houve 29 pessoas detidas.