Os ataques cibernéticos podem estar a ganhar terreno no país pelo facto de haver ainda muita gente que não conhece os riscos associados às conexões na Internet. Por isso, encontra-se uma saída na literacia digital.
Uma das grandes ameaças da segurança na internet são as pessoas malformadas e sem entendimento básico dos aspectos de segurança, considera o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do CEDSIF.
No entender do responsável da entidade, Manuel António dos Santos, tanto as instituições públicas como as privadas devem apostar na formação dos seus quadros, de modo a evitar que sejam surpreendidas.
Segundo o PCA do Centro de Desenvolvimento de Sistemas de Informação de Finanças (CEDSIF), o Banco de Moçambique, no dia 24 de Março de 2024, lançou um aviso que visa ajudar as empresas ou instituições.
“Falo de bancos, instituições de moeda electrónica, entre outras. Devem fazer uma análise, uma reflexão daquilo que acontece nas suas próprias empresas, devem ter um Centro de Operações de Segurança”, lembrou.
Manuel António dos Santos falava, ontem, em KaTembe, Cidade de Maputo, no segundo dia da expo digital de Moçambique, a Moztech, num painel que debateu a Segurança e a Privacidade na Era da Conectividade.
Quem também defende a necessidade da literacia digital é o responsável pela segurança cibernética na Vodacom e no M-pesa. “Penso que temos muitos desafios, e o principal é a literacia digital”, disse o responsável.
Em nome da Vodacom e do M-pesa, Marco Correia considerou muito importante o equilíbrio entre a literacia e o uso habilitado de produtos e serviços. Define ainda a segurança como confidencialidade e privacidade.
“É possível fazer um investimento nos dois, em simultâneo. Em alguns casos específicos, pode ser que haja uma canalização maior para uma área e menor para outra, mas estão interligadas uma às outras”, disse Correia.
No mesmo painel de debate, Aristides Parruque, gestor da BCX em Moçambique, disse que a questão da segurança é crucial nos dias de hoje. É ainda seu entender que a segurança e a privacidade devem andar sempre juntos.
Parruque diz que, muitas vezes, a segurança e a privacidade são tratados de forma diferente e de forma separada a nível institucional, o que, no seu entender, não faz sentido. O gestor da BCX em Moçambique explica-se.
“Posso criar condições para garantir segurança dentro da minha instituição, mas, se as outras com quem lido no dia-a-dia não estiverem seguras, significa que a minha vulnerabilidade é possível que venha de alguém com quem lido”, alerta o gestor.
Por seu turno, Adilson Gomes, gestor do Instituto Nacional de Comunicações (INCM) disse que a questão da cibersegurança hoje é muito mais complexa do que vírus, malwares, e por aí além.
No entender do painelista da Moztech, é preciso que o Governo olhe para esse problema com mais responsabilidade, dado que há 19 milhões de subscritores que usam Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
“Estamos a permitir que as pessoas usem as TIC para facilitar a sua vida e para facilitar a nossa interacção, então, começa de ali o grande desafios, porque, a partir do momento em que eu permito, devo garantir que aquela pessoa está segura ou vai usar de forma segura”, disse Adilson Gomes.