O Banco Africano de Desenvolvimento já investiu cerca de 3,5 mil milhões de dólares em Moçambique, desde que o país aderiu a esta instituição financeira em 1997, ou seja, há 47 anos.
O valor investido, segundo o primeiro-ministro, Adriano Maleiane, serviu para financiar 115 projectos de diversas áreas, desde energia, água, saneamento, estradas e pontes, até à agricultura.
Maleiane frisou que, a par disso, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) tem apoiado o país no desenvolvimento do capital humano e na melhoria da estabilidade fiscal, ambiental e mobilização de recursos para o sector público e privado.
“Temos a destacar, ainda, a modernização do Corredor de Nacala, que permitiu melhorar a logística e a conectividade a nível interno, assim como contribuiu para o fortalecimento da posição competitiva de Moçambique nas cadeias de valor regionais”, recordou o primeiro-ministro.
O governante reconheceu, igualmente, o apoio prestado pelo BAD para mitigar os efeitos das mudanças climáticas – que têm afectado, ciclicamente, o país –, a pandemia da COVID-19 e o terrorismo no Norte do país.
Adriano Maleiane falava durante as celebrações dos 60 anos do BAD. No evento, o representante da instituição financeira em Moçambique, Macmillan Anyanwu, fez uma radiografia das seis décadas e referiu que vários foram os desafios enfrentados pelos países africanos, desde os desastres naturais, instabilidade macroeconómica e, mais recentemente, a COVID-19, e em todas as situações esteve envolvido para mitigar a devastação e o impacto nos países-membros.
Macmillan reconheceu que os desafios ainda são muitos, mas o foco é apoiar na transformação socioeconómica em todo o continente e resolver os problemas existentes na educação e saúde.
“Temos de continuar a integrar África”, disse e continuou: “Temos de continuar a apoiar investimentos em infra-estruturas que ajudem a aumentar a conectividade entre os países africanos. Isso ajudaria a aumentar o comércio inter-regional para que os países africanos possam acrescentar valor aos seus produtos”, disse.
Já o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, disse que a visão do BAD de eliminar a pobreza e promover o bem-estar nos países africanos continua a mesma, mas entende que, neste momento, a instituição financeira deve reorientar a sua forma de assistir os países membros, provendo-se como um banco de soluções para problemas como desemprego dos jovens e mulheres, as dívidas nas economias africanas e a segurança.