Author: Fernanda da Lena Hermano

Persiste, há séculos, uma tradição muda e insidiosa: a de revestir o fel com verniz de doçura. Na literatura, a miséria social é frequentemente adornada

Por: Fernanda da Lena Hermano Há casas que tremem sem que haja terramoto; famílias que apodrecem devagar, consumidas por mistérios que ninguém decifra; e mulheres

Há infâncias que nascem condenadas. Crescem com as asas aparadas, cercadas por muros invisíveis que proíbem o voo. Em muitos contextos africanos, incluindo o moçambicano,

Quando a experiência humana atinge o limiar do inexplicável, a literatura torna-se um instrumento de sobrevivência diante do abismo. “O Epitáfio do Josemar Araújo e

XV capítulos — quinze passos de Salomão rumo a um território onde os sonhos se desfazem e as escolhas têm gosto de sangue. Sangue em

Há poemas que não se deixam domesticar. Entram na boca como brasas, roçam a garganta, inflamam os sentidos. Há poemas que não cabem em uma

Por: Fernanda da Lena Hermano A história da arte é também a história das ausências. Em cada grande movimento, há nomes que não chegaram a

Uns vêem o mundo em paredes brancas, outros nas estampas que a vida borda sobre os seus dias. Há quem encontre raízes na lembrança de

Eu sou carvão. Tenho que arder. Queimar tudo com o fogo da minha combustão. José Craveirinha, Grito Negro Há imagens que não precisam de palavras