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Aumenta número de partos em Maputo apesar da COVID-19

A pandemia da COVID-19 em Moçambique, há pouco mais de um ano, levou o Governo a impor restrições em vários sectores, como forma de controlar a propagação do vírus.

Na Saúde, as autoridades impuseram limitações para o acesso a serviços, não aconselhando as idas constantes aos hospitais, para se evitar a pressão ao sector e possíveis contaminações.

Contudo, este facto não afectou em nada o desejo de as famílias aumentarem o seu agregado. A prova disso são os dados apresentados pelo Hospital Geral de Mavalane que, à semelhança de outras unidades hospitalares, registou uma ligeira subida no número de nascimentos, apesar da pressão causada pela pandemia da COVID-19.

Honório Kahozi, obstetra do Hospital Geral de Mavalane, disse que, não obstanterias restrições ao acesso aos serviços hospitalares, uma medida que procura manter o mínimo possível das pessoas no recinto hospitalar, os serviços da maternidade daquele hospital não foram afectados, tendo-se realizado 7.264 partos entre Março de 2020 e Março de 2021.

Este número representa um ligeiro aumento, se comparado com o mesmo período de 2019 e 2020, antes da pandemia, em que se registaram 7.253 nascimentos naquela unidade hospitalar.

Para garantir que este processo decorresse sem sobressaltos, pelo facto de as mulheres grávidas serem parte do grupo de risco, os hospitais criaram áreas específicas para este grupo, limitando o seu acesso, reduzindo as consultas pré-natais e intensificando os cuidados, que passam pela lavagem ou desinfecção das mãos, uso de máscaras e a separação de um metro e meio das camas nas salas de pós-parto.

Não obstante estes cuidados, Honório Kahozi disse, sem avançar números, que houve registo de mulheres gestantes que contraíram o vírus, tendo sido enviadas para isolamento no Hospital Geral de Polana Caniço.

Nós seguimos todo o protocolo do MISAU, para garantir a saúde das nossas gestantes, porém, infelizmente, tivemos casos de algumas gestantes que testaram positivo ao Coronavírus.

A informação que temos é que aquelas mães conseguiram curar-se e seguiram a gestação normalmente”, explicou.

Odete Cardoso faz parte do grupo que deu à luz no Hospital Geral de Mavalane e conta que viveu a sua gestação com sentimentos misturados. Primeiro, porque estava à espera do seu primeiro filho, a pequena Yasmine, porém estava a viver a sua gestação num ambiente de muitas restrições.

“Durante a gravidez, não podia passear, visitar amigos e familiares. Vivia praticamente trancada e isto me deixava muito apreensiva. Tinha medo de contrair a doença e passar para a minha filha, mas tive que ser forte”, contou a mãe de primeiraviagem.

Segundo, porque, depois do parto, Odete, assim como outras mães em tempo de pandemia, enfrentaram dificuldades para limitar às pessoas o acesso ao bebé. A mãe de primeira viagem conta que “não foi fácil explicar aos familiares que não podiam fazer visitas constantes, não podiam tocar, abraçar ou beijar o bebé. Alguns respeitavam, mas outros chateavam-se comigo”.

Como Odete, muitas mães viveram a gestação e deram à luz neste período, porém adaptaram-se à nova realidade e, hoje, vivem o sonho de ser mãe, mesmo em meio a tantos desafios e restrições sociais.

As autoridades da Saúde esclarecem que não existe qualquer contra-indicação à procriação, por conta da pandemia do Coronavírus, contudo aconselham que todas as mulheres grávidas tenham o parto numa maternidade para que garantam a atenção de qualidade pelos profissionais de Saúde e apelam para a observância das medidas de prevenção.

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