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Atrasos e falhas nas pautas de frequência marcaram o início dos exames da 10ª e 12ª classe

Foto: O País

Arrancaram hoje os exames da 10ª e 12ª classes em todo país. Na cidade de Maputo, o sector da Educação diz que a situação está controlada e tem em vista abranger mais de 60 mil estudantes.

Antecedido pelo processo de preparação, os alunos que fizeram hoje a primeiro exame, o de língua portuguesa, contaram-nos que o ano não foi fácil. Com tantas interrupções, aulas virtuais, dificuldades de acesso aos materiais didácticos, foram alguns dos constrangimentos, mas isso não foi suficiente para os travar.

“As aulas não eram fáceis. Algumas matérias passaram despercebidas, mas nos últimos dois meses estudamos com mais afinco e acho que, apesar de não ter muita certeza, fiz bem o exame. Vou passar, sim”, contou Dércio Mandlate, aluno da 10ª classe na Escola Secundária Eduardo Mondlane Xitlhango. O seu colega, Felisberto Oliveira, conta que os professores ajudaram bastante com a disponibilização das matrizes e resolução de exercícios.

O director da Escola Secundária Eduardo Mondlane Xitlhango, Martinho Namburete, disse à nossa equipa de reportagem que, apesar dos desafios impostos pela pandemia, estão criadas as condições para um processo ordeiro.

“O primeiro dia está tranquilo. Até agora não houve sobressaltos. Houve um número muito baixo de ausências, menos de 10, num universo de mais de mil alunos”, explicou Namburete.

Mas, nem todos tiveram a mesma sorte. Uma fila com pouco menos de 10 pessoas, maioritariamente da 12ª classe, foi formada em frente a secretaria da escola, há escassas horas da realização do primeiro exame, por aqueles cujos nomes e notas não estavam nas pautas de frequência.

“É um absurdo”, os alunos caraterizaram a situação.

Cremilda Dove, uma das visadas, conta que nem todas as disciplinas tem notas, tal como nas de português e inglês, e isso acontece a menos de uma hora e meia para a realização do exame.

“Desde sábado que venho para aqui, mas a minha situação não é resolvida. Mandaram-me vir cá hoje. Cá estou, mas nada dizem”, desabafou Dove.

O director da Escola Secundária Noroeste 1, Armando General, esclarece que esta situação é fruto da desorganização por parte dos alunos, pois, segundo ele, as listas foram disponibilizadas na última quarta-feira (24), mas só no final da tarde de sábado é que começaram a se preocupar em regularizar a situação.

“Nós inclusive trabalhamos no sábado, até as 14 horas e os que cá estiveram, tiveram a sua situação regularizada. Não há alunos que não tenham os nomes nas listas. São alunos da 12ª classe que não têm paciência para procurar os nomes. Assim sendo, o trabalho que está a ser feito na secretaria é de verificar nos deques e confirmar a existência dos nomes. Antes mesmo do início do processo, esta situação já está resolvida”, esclareceu General.

Em reação a situação, o director para os Assuntos Sociais do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, a nível da cidade de Maputo, Artur Dombo, assegura que as escolas estão capacitadas para gerir este tipo de situação e que nenhum estudante ficará de fora por questões de género.

“É preciso que se procure perceber o que está por detrás desta situação, porque há casos em que o nome do aluno não consta das listas de exame porque este terá sido excluído do processo, por não reunir notas suficientes. Mas, se não for o caso, a escola vai localizar o nome do estudante em causa e indicará o júri a que pertence”, disse Dombo.

Os exames finais que arrancaram esta segunda-feira decorrerão até o dia 2 de Dezembro. Serão submetidos ao processo mais de 60 mil estudantes da 10ª e 12ª classe, entre a primeira e segunda chamada.

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