O País – A verdade como notícia

Ataques em Cabo Delgado podem alastrar-se para o resto do país

Algumas províncias de Moçambique poderão sofrer ataques armados protagonizados pelos insurgentes instalados em Cabo Delgado, caso não sejam tomadas medidas urgentes para desmantelar  o grupo de desconhecidos que assassinou mais de 200 pessoas  em menos de dois anos.

O alerta sobre risco de alastramento dos insurgentes para outros cantos do país, foi lançado pela Procuradora Geral Adjunta, Amabélia Chuquela, que apela a mudança de atitudes antes de a situação ficar descontrolada.

"Os ataques armados em Cabo Delgado parece não ser um problema, mas se não for controlado agora,  e não apostar-se na prevenção e repressão, este fenómeno pode alastrar-se para outras províncias", confirmou Amabélia Chuquela.

A falta de meios materiais e financeiros, são tidas como principais causas que estão atrasar o combate aos crimes violentos que ocorrem no norte de Cabo Delgado.
"Não pode se resolver o problema dos ataques armados sem meios, tanto na investigação,  prossecução e nos julgamentos, incluindo nas Forças de Defesa e Segurança, que são os primeiros a ter contactos com os insurgentes  nos campos de batalha", esclareceu Amabélia Chuquela, que propõe um investimento reforçado na segurança do pais e nos nos órgãos de justiça.

Para o verdadeiro combate aos insurgentes de Cabo Delgado, a procuradora apela alocação urgente de fundos na área de investigação, considerada indispensável para a prevenção de crimes violentos.

"E um fenómeno novo que exige fundos, meios sofisticados e uma acção coordenada dos agentes de investigação, procuradores, juízes e as Forcas de Defesa de Defesa, para a recolha de informações e provas, que ajudem a prevenir mas também reprimir os ataques armados", acrescentou Chuquela.

Além do avanço dos insurgentes para outras regiões do pais, a procuradora esta preocupado com o nível de violência dos insurgentes, que tem protagonizado actos de terror contra civis e militares.

"Há sinais que poderão no futuro  levar nos a concluir estar se  perante um caso de terrorismo ou extremismo violento, por isso, este fenómeno de Cabo Delgado, exige uma análise cuidadosa e uma atenção especial", defendeu Amabélia Chuquela.

Os ataques armados em Cabo Delgado iniciaram em 2017. Nos últimos tempos tende a intensificar-se, especialmente nos distritos de Palma, Mocímboa da Praia e Macomia, onde os insurgentes recorrem a assassinatos e  decapitações, supostamente  para aterrorizar a população.

Além de tirar vida de pessoas de forma cruel, desde que o grupo instalou-se na província, centenas de casas foram incendiadas, milhares de pessoas deslocadas, e cerca de 300 insurgentes foram detidos, dos quais, mais de 100 já condenados a penas que variam de 12 a 40 anos de prisão.

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos