Há multinacionais que se fazem passar por pequenas, médias empresas para tirar proveito do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes em detrimento das pequenas empresas, denunciou, hoje, a presidente da Autoridade Tributária.
Amélia Muendane falava, esta terça-feira, à margem do lançamento do livro “Trauma Oral e Maxilo-Facial”, da médica Nádia Fortes. E a sua intervenção na equipa do jornal “O País” foi sobre a saúde da economia nacional, mostrando preocupação com fragilidades para que as empresas nacionais façam negócios com os mega-projectos, o que prejudica a economia nacional.
“Temos o regime do Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC). O que acontece é que, neste momento, este imposto traz uma série de destruições macroeconómicas, porque as grandes empresas procuram infiltrar-se e beneficiar-se do mesmo em detrimento das pequenas empresas”, afirmou Amélia Muendane, presidente da Autoridade Tributária.
Muendane recordou que o desenvolvimento da economia de uma nação é ditado pelo investimento interno e afirmou que a falta de honestidade por parte de algumas multinacionais dificulta o progresso do empresariado nacional pelo poder de empregabilidade.
“As pequenas e médias empresas contribuem bastante, não apenas em arrecadação de receitas, mas também em termos de emprego. Elas empregam aquela população que tem baixos rendimentos”, explicou Muendane.
De acordo com a dirigente, já existem estratégias para massificar a presença das empresas nacionais nos grandes investimentos. “Do nosso lado, como cobrador de impostos, é assegurado que as pequenas e médias empresas tenham um fortalecimento e já avançámos com uma política de cooperativismo para que se associem e possam consolidar a sua capacidade financeira de investimento”, avançou a presidente da Autoridade Tributária.
Muendane defendeu a necessidade de sensibilizar e educar fiscalmente as empresas, com vista a salvaguardar a economia do país.