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“As armas não nos levam a lado nenhum”, Dom Cláudio Dalla Zuanna

O arcebispo da Beira, Dom Cláudio Dalla Zuanna, exorta aos moçambicanos a serem “corajosos permanentemente” para recorrerem a um “diálogo envolvente”, no sentido de resolverem as diferenças na forma de pensar, abstendo-se da violência verbal e com recurso a armas de fogo.

“As armas trazem felicidade fictícia…, iludem, fazem-nos crer que somos hércules. As armas não nos levam a lado nenhum. A força das armas conduz-nos apenas a uma solução temporária porque tarde ou cedo o mesmo problema poderá ressurgir. Portanto, não podemos confiar nas armas. Confiemos sim no diálogo. Ele é o único caminho”, sugeriu Dom Cláudio Dalla Zuanna.

O arcebispo da Beira acrescentou que o diálogo a que faz referência deve ser “sério, permanente e envolvente”.

Para Dom Cláudio Dalla Zuanna, os moçambicanos devem ter coragem para respeitar a posição das partes, no sentido de se encontrar a reconciliação.

“O diálogo não pode responder aos interesses de uma pessoa concreta. Deve ter presente o bem que se quer: a paz e a reconciliação. E para tal, ele [o diálogo] deve ter presente que se está a defender interesses de uma Nação. Portanto, o diálogo deve ser envolvente”.

O arcebispo da Beira, falava ao “O País” por ocasião do Natal, que é celebrado esta sexta-feira. Exortou igualmente aos moçambicanos no sentido de se identificarem com a solidariedade e perceberem que “todos são importantes. Tanto a nível individual, familiar, religioso e político”.

“Por exemplo, uma democracia onde uma oposição não tem valor e não é respeitada, é a própria democracia que fica fragilizada. A diversidade de opiniões e de cultura, no Natal, são colocadas como parte da mesma família. Pensar e ter cultura diferente não pode ser causa de guerra. Somos todos da mesma família e cada um com a sua identidade”, terminou Dom Cláudio Dalla Zuanna.

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