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Arguidos acusam Nini de forjar tentativa de assassinato na BO 

Decorreu hoje o segundo dia do Julgamento do caso da tentativa de assassinato de Nini Satar, despoletado em Novembro do ano passado. Os arguido ouvidos acusam Nini Satar de simular o próprio assassinato para agitar a cadeia e voltar a ser falado nos media.

Arrancou, nesta quarta-feira o Julgamento do caso da tentativa de assassinato de Momad Satar, também conhecido por Nini Satar, que cumpre pena na Cadeia de Máxima segurança, pelo assassinato do Jornalista Carlos Cardoso.

Segundo o Ministério Público, o caso deu-se em Fevereiro do ano passado e teve o envolvimento de reclusos e agentes da Polícia da República de Moçambique.

Ao todo são seis arguidos implicados na tentativa de assassinato de Nini Satar, dos quais três são agentes da Polícia das República de Moçambique (PRM), afectos à Unidade de Intervenção Rápida (UIR), e os outros três são reclusos que cumprem pena naquela unidade.

Trata-se de Lenine Macamo, José Ngulela e Edson Muyanga, membros da Unidade de Intervenção rápida e os reclusos Leão Wilson, Damião Mula e António Chicuamba, que até a data dos factos cumpriam penas pelos crimes de rapto e porte de armas proibidas.

No despacho de pronúncia, o Ministério Público acusou os membros da PRM de ter contactado o Réu Leão Wilson, detido na BO, para junto dos outros, assassinar Nini Satar, através da água.

A Assistente do Ministério Público disse que “nos autos consta que Nini seria morto por uma substância a ser adquirida em Nampula, mas vendo a demora foram acionados outros mecanismos e cogitou-se a possibilidade de uso de arma de fogo. Porém uma arma de fogo faria muito barrulho e chamaria atenção dos demais”.

Mas, o plano foi descoberto pelo recluso Carlos Zavala, depois que foi contactado para executar Nini, sem saber que Zavala era íntimo de Nini.

Segundo o Ministério Público o recluso em questão denunciou a pretensão ao amigo (Nini), tendo este o encarregado de produzir provas desta pretensão. É daí que surgem os áudios supostamente feitos pelos agentes José Ngulela e Edson Muyanga, com conteúdos de ameaças de morte e referenciando o envolvimento de altas figuras do Estado (Presidente da República, Procuradora-geral da República e o comandante-geral da República).

Esta quinta-feira, os arguidos José Ngulela e Edson Muyanga, agentes da PRM apontados nos autos como os cabecilhas, foram ouvidos mas negaram tudo e acusaram Nini Satar de ser quem montou todo o esquema.

“José Ngulela disse que, segundo Lenine Macamo, o senhor Momed Satar orientou para que se fizesse a tal simulação de assassinato porque ele já não era falado, sobretudo porque queria criar uma agitação a fim de transmitir a ideia de que na cadeia onde ele se encontrava não estava seguro”, disse Lucílio Nhanombe, ditando para a redacção da acta da audição.

Os arguidos acusam Lenine Macamo, agente da UIR foragido, de ter orquestrado a encenação, junto de Nini Satar.

“Questionado (José Ngulela) sobre como entra nesta novela, respondeu que o Lenine é que procurou-lhe dizendo que tinha uma bolada. Tratava-se de uma novela para assassinar o senhor Nini Satar”, disse.

As audições aos arguidos terminaram nesta sexta-feira. O que se segue, a partir da próxima segunda-feira (24) ouvir os declarantes e entre eles está o queixoso (ofendido) Momad Satar, para, segundo o Juiz do caso, ajudar a esclarecer o caso, o qual é acusado de orquestrar.

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