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Aprovado aumento do preço do “chapa 100” em Maputo

Foto: O País

É mesmo um facto. As tarifas dos transportes de passageiros vão aumentar entre 2 e 3 meticais a partir de 1 de Janeiro de 2022, na Cidade de Maputo. A Assembleia Municipal aprovou esta quinta-feira a nova tabela de preços.

Recuemos. Em Novembro passado, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo anunciou que seriam agravadas as tarifas de transporte público de passageiros na capital do país.

No dia 17 do mesmo mês, o município auscultou os operadores do transporte público, privado, bem como munícipes representados por chefes de quarteirões, secretários de bairros e outras estruturas locais, com quem partilhou a proposta dos novos preços.

Quando foi despoletada a nova tabela tarifária dos transportes, os munícipes na Cidade de Maputo criticaram o agravamento do preço, referindo que a medida iria complicar as suas despesas.

Debalde! Esta quinta-feira, a Assembleia Municipal local apreciou e aprovou a nova tabela de preços, com votos a favor apenas da Frelimo, bancada maioritária no órgão legislativo autárquico.

Com efeito, a tarifa de transporte público de passageiros para distâncias até 10 quilómetros passará a custar 12 meticais e 15 meticais para trajectos superiores a 10 quilómetros.

Na prática, o aumento foi de 2 e 3 meticais para quem toma transporte do terminal da Praça dos Combatentes, vulgo “Xiquelene”, para a baixa da Cidade de Maputo (vice-versa) e para passageiros do Terminal Rodoviário do Zimpeto para a baixa da capital (vice-versa), respectivamente.

O porta-voz da Assembleia Municipal de Maputo, Edgar Muchanga, disse que as novas tarifas vão implicar o endurecimento de posturas por parte dos operadores.

“O respeito pelo horário, o atendimento adequado aos passageiros e a redução de encurtamento de rotas são alguns dos pressupostos para os quais o executivo vai trabalhar, no sentido de melhorar o serviço de transporte de pessoas e bens”, disse Muchanga.

Mesmo sem mudar nada, as bancadas da Renamo e do MDM votaram contra os novos preços, pelo facto de considerarem que estes vão agravar o custo de vida dos munícipes. As duas formações políticas sublinham que a medida é desajustada ao contexto de crise em que a sociedade moçambicana se encontra.

“Muitos munícipes estão a braços com as dificuldades impostas pela pandemia da COVID-19. Muitos estão sem emprego, nem sequer alguma fonte de renda. Como é possível agravar o custo de transporte?” Questiona Gilberto Chirindza, porta-voz da bancada municipal da Renamo.

“Neste momento, há uma total anarquia no nosso sistema de transporte. O Conselho Municipal não tem o devido controlo, o que faz com que haja encurtamento de rotas ou entrevistas pré-embarque”, apontou Augusto Mbazo, chefe da bancada parlamentar do MDM.

Na sessão desta quinta-feira, a Assembleia Municipal fez também o balanço positivo do desempenho do município no terceiro trimestre de 2021, apesar de lacunas apontadas pelas bancadas da Renamo e do MDM, com destaque para as ligadas às infra-estruturas públicas.

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