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Apreendidos dois camiões com madeira cortada ilegalmente em Moatize

Foto: O País

Dois camiões com madeira cortada ilegalmente foram apreendidos, hoje, no distrito de Moatize, província de Tete. As autoridades dizem que os documentos usados para transportar o produto também são falsos.

A apreensão da madeira em referência, de espécie chanato, aconteceu há dias num posto de fiscalização no distrito de Moatize.

O produto, equivalente a 84 metros cúbicos, era transportado em dois camiões, de acordo com a Agência Nacional para o Controlo da Qualidade Ambiental (AQUA).

Além de a madeira ter sido cortada ilegalmente, os documentos na posse dos condutores dos dois camiões são falsos.

“Ostentavam alguns documentos falsos. Em algumas autorizações, constatámos também falsificação de documentos. Há autorizações que são emitidas. Há uma cadeia de indivíduos que ostenta carimbos de todas as instituições. Então, quando passam por lá, vão sendo identificados e aquilo que nós conseguimos identificar, penalizamos”, explicou Alfere Simbe, delegado da AQUA em Tete.

Devido às irregularidades, o proprietário da madeira deve pagar mais de 500 mil Meticais de multa.

Para evitar o contrabando da madeira e de outros recursos naturais, a secretária de Estado em Tete, Elisa Zacarias, exigiu maior fiscalização na província.

“A província de Tete não deve continuar a ser corredor de imigrantes ilegais, contrabando de madeiras, pescas, entre outros crimes. Nesse contexto, somos obrigados a redobrar os nossos esforços de trabalho e ter uma responsabilidade acrescida no controlo da nossa província”, apelou a secretária de Estado em Tete, Elisa Zacarias.

Recorde-se que, no ano passado, mais de 2500 metros cúbicos de madeira foram apreendidos em Tete. O produto foi vendido em hasta pública.

 

HÁ CORTE ILEGAL DE MADEIRA EM ZINAVE

Há tendência de corte ilegal de madeira dentro do Parque Nacional de Zinave, na província de Inhambane.

Em muitos casos, são operadores legais que abandonam as suas áreas de concessão, para ilegalmente tirar recursos florestais dentro da área de conservação.

São 4 mil km2 de área protegida, sendo que, neste espaço, existem espécies animais e florestais bastante apreciadas, mas que, ao abrigo da Lei, não podem ser exploradas.

Entretanto, há operadores florestais licenciados que abandonam as suas áreas de concessão para tirar madeira do Parque Nacional de Zinave.

“Estamos, realmente, a ficar muito preocupados com o movimento de operadores florestais de fora para dentro. Este recurso está a escassear fora das áreas de conservação. Então, a tendência dos operadores é aproximarem-se cada vez mais das áreas de conservação e, sempre que tiverem oportunidade, introduzem-se dentro da área e retiram os recursos”, lamentou António Bacar, administrador do Parque Nacional de Zinave.

Em relação à caça furtiva, segundo o administrador do Parque Nacional de Zinave, o cenário é menos preocupante, uma vez que são as comunidades que procuram animais de pequeno porte para alimentação.

“Não colocam, até este momento, em perigo aquilo que nós temos como espécies icónicas. A caça que nós temos é miúda, portanto são os membros das comunidades que se introduzem dentro da área de conservação a procura de cabritos cinzentos que são espécies de pequeno porte como impalas, porco-bravo, recorrendo o uso de flechas e cães e alguns usam armas de fabrico caseiro”, explicou António Bacar.

Até Junho deste ano, as autoridades do Parque Nacional de Zinave registaram cinco casos de caça furtiva, envolvendo membros das comunidades que abateram espécies de pequeno porte.

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