O Papa Leão XIV descartou qualquer alteração doutrinária a curto prazo quanto ao lugar das mulheres e ao acolhimento dos fiéis LGBT+ na Igreja Católica, na primeira entrevista desde a sua eleição.
Segundo a notícia publicada pela RTP, Leão XIV afirmou que, sobre a possibilidade de ordenar mulheres diaconisas, que foi debatida numa assembleia internacional em 2023 e 2024, “não tem qualquer intenção de mudar o ensinamento da Igreja sobre o assunto” a curto prazo.
No entanto, o norte-americano afirmou que deseja “continuar no caminho” do antecessor, o argentino Francisco, “nomeando mulheres para cargos de liderança em diferentes níveis da vida da Igreja”.
Na entrevista, citada pela imprensa internacional, o Papa falou sobre o acolhimento dos fiéis LGBT+ na instituição bimilenar, questão que descreveu como “muito sensível” e polarizadora.
Leão XIV disse estar alinhado com o acolhimento de “todos, todos, todos”, defendido por Francisco, mas refutou quaisquer alterações doutrinárias, como o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
“Acredito que o ensinamento da Igreja se manterá como está”, afirmou o norte-americano, numa entrevista publicada no livro “Leão XIV, Cidadão do Mundo, Missionário do Século XXI”, em espanhol.
“Estão todos convidados, mas não convido ninguém pela sua identidade particular”, enfatizou o Papa, explicando que não queria “incentivar a polarização dentro da Igreja”.
Fiel aos ensinamentos do catecismo católico, Leão XIV reiterou o seu apoio à “família tradicional” – “pai, mãe e filhos” – cujo “papel, que, por vezes, sofreu nas últimas décadas, deve ser reconhecido e fortalecido de novo”.