À revelia da decisão da Federação Moçambicana de Futebol, anunciada um dia antes do escrutínio, a Associação Provincial de Futebol de Sofala (APFS) elegeu Momade Ismael para liderar os próximos quatro anos da agremiação.
A suspensão deriva das irregularidades identificadas na organização do processo, aliadas as inscrições dos candidatos, segundo as quais o candidato Fernando Dias, até então actual presidente, e que concorria para a sua própria sucessão, terá atrasado a entrega da sua candidatura, o que fazia com o mesmo estivesse perto de não concorrer.
Segundo informações avançadas, Fernando Dias só conseguiu submeter a sua candidatura na tarde de segunda-feira, data limite da apresentação das candidaturas, que deviam ser 48 horas após o fim das submissões das candidaturas, devido a morosidade das instituições do Estado no desbloqueio de Certificados do Registo Criminal dos que fazem parte da sua lista, segundo alega um membro da lista de Dias.
E porque havia muitas irregularidades no que diz respeito aos membros das listas de candidaturas, a Federação Moçambicana de Futebol decidiu pela suspensão das eleições, recomendando a criação de uma comissão ad-hoc eleitoral independente para a realização do acto no prazo de 15 dias.
E porque o órgão rejeitou a decisão da FMF, avançou com a realização da Assembleia Geral electiva, cuja eleição só aconteceu por volta das 19 horas desta quarta-feira, ou seja, três horas depois do previsto, e somente Momade Ismail foi a corrida, sendo que Fernando Dias retirou a sua candidatura, após tomar conhecimento da suspensão do acto pelo órgão máximo do futebol moçambicano.
Da eleição havida, Momade Ismail conseguiu 27 votos de um total de 29 possíveis, tendo havido apenas duas abstenções.
Mas antes da eleição propriamente dita houve espaço para a apresentação e discussão dos relatórios de actividades e de contas, tendo o primeiro sido aprovado e o segundo reprovado, devido a questões que os delegados diziam não compreender. No encontro fez-se ainda saber que a associação tem uma dívida de 690 mil meticais, dívida esta que vem desde 2016, facto que fez com que o relatório apresentado fosse chumbado.
Para já, segundo fonte da Federação Moçambicana de Futebol, a nova direcção da Associação Provincial de Futebol de Sofala não será reconhecida por ter se transgredido uma recomendação do órgão que superintende o futebol moçambicano, não se sabendo que a mesma, a par das Associações provinciais de Tete e da Zambézia, que estão suspensas pela FMF, terão direito a voto, na Assembleia Geral eleitoral do organismo da casa do futebol.