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Uma das aeronaves da LAM que colidiram em Inhambane voltou a voar

Foto: O País

As duas aeronaves da LAM estavam viradas de cauda uma da outra, depois que colidiram enquanto uma delas fazia manobras de rolagem para o abastecimento. Em consequência da colisão, os passageiros das duas aeronaves, que tinham como destino África do Sul e Vilankulo, tiveram de ficar na cidade de Inhambane.

Jacinta Nhacua, uma das passageiras ouvidas pelo “O País” disse que o voo saiu a tempo de Maputo, mas, quando chegou a Inhambane, aguardava-se que os passageiros que seguiam a Vilankulo se fizessem a bordo, a fim de seguir viagem, com escala em Vilankulo e depois em Maputo. Neste compasso de espera, Jacinta contou que ouviram um estrondo e, depois de alguns minutos, lhes foi solicitado que abandonassem a aeronave para que pudessem avaliar a situação.  Foi já fora da aeronave que ela e outros passageiros perceberam que, afinal, a outra aeronave, que estava a manobrar, colidiu com a cauda da mesma.

A nossa fonte contou que os passageiros ficaram desde as 14 horas até por volta das 19 horas no Aeroporto de Inhambane, até que foram levados para um dos hotéis da mesma cidade para se alojarem

Foram alojados, mas ficaram cerca de 24 horas na cidade de Inhambane, para o prejuízo de quem já tinha agendas marcadas desde domingo, tal como é o caso de um passageiro que trabalha nos projectos de exploração de gás em Inhassoro, que ainda no domingo devia estar presente no seu posto de trabalho.

Entre os passageiros, estava uma cidadã norte-americana, que foi de férias a Inhambane e comprou um bilhete da LAM para chegar a Joanesburgo, na África do Sul, e, de lá, seguir para outros destinos. Por conta da situação, ele teve de remarcar o voo que tinha na África do Sul e lamentou que outras pessoas, do seu grupo, a esperavam na terra do rand.

Segundo apuramos no local, a embate entre as duas aeronaves não foi grave, mas a autorização para descolar dependia de uma revisão técnica, uma vez que a colisão na cauda entre duas aeronaves no solo é um evento que ocorreu quando uma aeronave em movimento se aproximou demais da outra estacionada, por erro do piloto, do controlador de tráfego aéreo, ou um outro factor.

Um dos principais riscos de uma colisão na cauda no solo é causar danos à estrutura, aos sistemas e aos componentes das aeronaves, o que pode comprometer a sua integridade e a sua operação futura.

Sendo assim, os engenheiros mecânicos deviam fazer uma Inspecção visual e detalhada da área afectada, para identificar os danos e as deformações na estrutura, nos sistemas e nos componentes das aeronaves, para ver se havia necessidade de remoção ou substituição das peças danificadas, seguindo as instruções dos fabricantes e dos manuais de manutenção das aeronaves, fazer testes e verificação do funcionamento dos sistemas e dos componentes das aeronaves, como os sistemas hidráulicos, eléctricos, de controlo de voo, de combustível, de ignição, de refrigeração, entre outros.

O trabalho dos engenheiros incluia a documentação e registo de todas as actividades de manutenção realizadas, incluindo os materiais, as ferramentas, os testes, os resultados, as não conformidades, as acções correctivas, entre outras.

Depois da reparação, cabe ao Instituto de Aviação Civil de Moçambique fazer a  emissão de um certificado de aeronavegabilidade, atestando que a aeronave está em condições seguras de operação, após a conclusão da revisão.

Sucede porém que apenas uma das aeronaves teve esse certificado.

“Na tarde desta segunda-feira, a empresa LAM pôs a circular um comunicado, que informava que apenas uma das aeronaves Bombardier Q400, do incidente de domingo, retomou, esta segunda-feira, 05.02.2024, a operação de voos. Com efeito, realizou o voo TM126, que saiu de Inhambane às 15h00, com destino a Maputo. Depois fez o trajecto Maputo-Vilankulo. Após a avaliação realizada por técnicos certificados e de acordo com a Autoridade de Aviação Civil Moçambicana, a aeronave obteve autorização para retomar a operação. O outro equipamento está a ser intervencionado pelos técnicos de manutenção de aeronaves da LAM, para que de seguida seja avaliada para, dentro das regras da Aviação Civil Moçambicana, retomar igualmente a operação”, refere o comunicado, sem, no entanto, dar a previsão de quando a outra aeronave volta a voar.

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