Segundo dados do Ministério da Saúde, Moçambique é dos países em África com baixas taxas de uso de contraceptivos. Dados do MISAU mostram que apenas 25% das mulheres fazem o planeamento familiar, ou seja, apenas 25 em cada 100 mulheres usam métodos contraceptivos e uma em cada duas mortes de mulheres, entre os 15 e 24 anos, está relacionada a gravidez ou ao aborto. Esta informação foi dada a conhecer, esta quarta-feira, durante a mesa redonda que visava discutir os desafios da demanda e oferta de serviços para as raparigas e mulheres.
Páscoa Wate, Chefe do departamento de saúde da Mulher e Criança, refere que os dados são ainda muito baixos na região de África. “A prevalência de uso de métodos contraceptivos representa a mais baixa de África, o único país que se aproxima a nós é Zâmbia, que tem uma prevalência de cerca de 45% e nós com apenas 25%. Se olharmos para as condições socioeconómicas dos países da região não se distanciam muito da nossa realidade’’, referiu.
No que diz respeito ao acesso de serviços de planeamento familiar e métodos contraceptivos, os adolescentes e jovens são o grupo com baixas coberturas de utilização de métodos de contracepçao moderna e com mais necessidades. Existem muitos adolescentes que procuram os serviços, mas porque o acesso é restrito devido a vários factores, nomeadamente, económicos, socioculturais, fraco acesso aos transportes públicos e ainda tendo em conta a cobertura de serviços sanitários, que ronda nos cerca de 60%.
Páscoa Wate avança ainda que a situação das adolescentes constitui uma das maiores preocupações, pois, apenas 14% de adolescentes têm acesso aos métodos contraceptivos.
