Três ex-candidatos à presidência da Argélia foram condenados a 10 anos de prisão por fraude eleitoral e corrupção. A sentença foi proferida esta semana e está a gerar grande repercussão no país e além-fronteiras.
Trata-se de Saida Neghza, conhecida empresária e ex-líder da Confederação Geral das Empresas Argelinas, além de Belkacem Sahli e Abdelhakim Hamadi, este último um veterinário com histórico de tentativas frustradas à presidência.
A justiça argelina concluiu que os três envolvidos tentaram comprar assinaturas de apoio numa prática considerada ilegal.
Os réus, embora condenados, permanecem em liberdade e têm um prazo de dez dias para recorrer da decisão. Foram também multados em um milhão de dinares argelinos, mais de 20 milhões de meticais ao câmbio do dia.
A condenação acontece num contexto já tenso. Nas eleições de 2024, o Presidente Abdelmadjid Tebboune foi reeleito com mais de 84% dos votos, mas os resultados foram alvo de contestação pública, inclusive por parte dos seus adversários, que denunciaram irregularidades no processo.
O caso volta a levantar sérias dúvidas sobre a transparência e credibilidade do sistema eleitoral argelino, num país onde as eleições são, frequentemente, alvo de críticas e desconfiança popular.