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Antigo Presidente de Kosovo vai a tribunal na segunda-feira

O antigo Presidente da República do Kosovo, Hashim Thaçi, que se demitiu na quinta-feira para enfrentar acusações de crimes de guerra, comparece na segunda-feira pela primeira vez perante um juiz do tribunal especial em Haia, anunciou esta sexta-feira o tribunal, citado pelo Observador.

Em breves declarações, Hashim Thaçi alegou que pretende evitar o que designou de tentativas para reescrever a história. “O Kosovo foi a vítima. A Sérvia foi o agressor”, disse.

O antigo Chefe de Estado, de 52 anos, destacou-se como líder guerrilheiro dos separatistas albaneses durante a guerra contra a Sérvia no final da década de 1990, antes de ganhar relevo político após o conflito que provocou mais de 10.000 mortos.

Um procurador internacional indiciou Hashim Thaçi com dez acusações de crimes contra a humanidade e crimes de guerra pela sua liderança do então designado Exército de Libertação do Kosovo (UÇK), acusado de práticas como detenção ilegal, abuso e assassínio de opositores e alegados “traidores” durante o conflito.

Segundo um comunicado das Câmaras especializadas, citado pelo Observador, a acta de acusação contra Thaçi e os restantes acusados – Kadri Veseli, Rexhep Selimi e Jakup Krasniqi – foi confirmada no dia 26 de Outubro, mas não foi tornada pública de imediato.

No total, a acta de acusação detalha 170 alegados crimes. A acta de acusação alega factos que constituem crimes de guerra, detenções e privações de liberdade ilegais ou arbitrárias, tratamentos cruéis, atos de morte, torturas ou crimes contra a humanidade, actos desumanos de tortura, sequestros e perseguições cometidos entre Março de 1998 e Setembro de 1999.

“Em diversos locais do Kosovo, e ainda em Kukes e Cahan, no norte da Albânia, membros do Exército de Libertação do Kosovo [UÇK] cometeram crimes contra centenas de civis e não combatentes”, lê-se na acta de acusação divulgada a 5 de Setembro.

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